segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Crítica: Kon-Tiki (2012)


Forte candidato ao Óscar de melhor filme estrangeiro desse ano, o Norueguês Kon Tiki é uma verdadeira miscelânea de imagens estonteantes, e mostra com competência a famosa e corajosa expedição comandada pelo explorador Thor Heyerdahl no Oceano Pacífico em meados de 1947.




Thor (Paul Sverre Valheim Hagen) passou 10 anos estudando sua teoria que afirmava que a Polinésia teria sido povoada por uma antiga civilização Peruana, os chamados "Tikis", contrariando tudo o que diziam os livros. Os editores não acreditavam na sua teoria e não queriam publicá-la, já que ele não tinha como provar sua veracidade.



Foi então que o explorador resolveu adotar um método audacioso para conseguir provar que estava certo: atravessar o oceano pacífico numa jangada de madeira feita com os mesmos materiais que os povos tinham disponibilidade há 1500 anos atrás, mostrando que era possível sim fazer aquela mesma travessia. Reunindo outros 5 homens que nada tinham a ver com sua expectativa, mas que eram corajosos e buscavam aventura, a expedição de Thor (chamada de Kon-Tiki) saiu da capital Peruana em Janeiro de 1947 para navegar mais de 8 mil quilômetros.




Vencendo um temor de infância, Thor se mostrou um verdadeiro herói ao comandar a jangada contra todas as diversidades possíveis da natureza. Tudo em busca de uma idéia e de um objetivo claro em nome da ciência. A trama, apesar de ser quase inteiramente no mar, não se restringe apenas na expedição, e mostra também um pouco da vida pessoal do explorador, como seu casamento estremecido com Liv.



A história de Thor já havia sido mostrada em tela, inclusive ganhando um Óscar nos anos 50, mas em forma de documentário. Certamente não é um longa que excitaria um brasileiro a assistir, por exemplo, pois se trata de uma história muito particular de um país (Noruega) e um herói da nação. Porém, o filme chama atenção pela bela maneira com que foi filmado e dirigido. Sua fotografia chega a ser uma poesia visual, e isso certamente constitui o ponto alto do filme. Com imagens espetaculares da vida em alto-mar, além de belíssimas paisagens e de um jogo de câmeras como poucas vezes se viu, só nos resta faz aplaudir os diretores envolvidos (Espen Sandberg e Joachim Roenning).



Kon-Tiki é um filme encantador, que bebe um pouco da fonte dos filmes americanos mas não perde a graça e a beleza dos filmes europeus. Um verdadeiro sucesso de bilheteria no país escandinavo, e que mereceu a indicação que levou ao prêmio máximo do cinema.


Nenhum comentário:

Postar um comentário