terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Crítica: Procurando Sugar Man (2012)


Vencedor do Oscar de melhor documentário em 2013, Procurando Sugar Man (Searching for Sugar Man) é um dos melhores filmes musicais produzidos nos últimos tempos, e traz à tona uma história curiosa e emocionante que até então quase ninguém conhecia.



Durante a década de 70, o cantor folk norte-americano Rodriguez gravou dois discos (Cold Fact e Coming from Reality), que embora tenham tido críticas positivas, foram um fracasso total de vendas no país. Isso acabou fazendo com que seu nome não fosse conhecido por praticamente ninguém em solo americano, e sua carreira, consequentemente, entrasse em declínio até enfim terminar.



Porém, uma cópia de um dos discos acabou, misteriosamente, chegando na África do Sul, onde sua música acabou fazendo um sucesso estrondoso. Rodríguez acabou servindo, não só de inspiração para novas bandas do país, mas como símbolo de uma geração oprimida pelo regime do Apartheid, que viam em suas músicas uma forma de protesto.




O mais curioso dessa história, porém, é que Rodriguez nunca ficou sabendo desse seu sucesso fora dos Estados Unidos. E por viverem numa época onde não haviam tantas fontes de informação como existem hoje, seus fãs sul-africanos também nunca ficaram sabendo nada sobre o artista, que se tornou um mito.


Procurando Sugar Man nos mostra a procura de alguns desses fãs para tentar descobrir algo a mais sobre a voz que comandou uma geração e que ninguém sabia nada além do nome e das fotos na capa dos discos. Aliás, se a ideia do diretor era nos fazer ir atrás das músicas de Rodriguez após o término do filme, ele certamente obteve êxito, pois é impossível ficar indiferente à trilha sonora do filme, e obviamente, à obra do cantor, que é incrível.



Dirigido de forma tocante, Malik Bendjelloul nos traz em seu primeiro longa da carreira esse excelente retrato de um artista desconhecido, que finalmente tem sua história contada para o mundo todo ver. E da melhor forma possível, eu diria.  Depois de tanto tempo no ostracismo, ele finalmente merece o reconhecimento. E o filme, o Óscar que levou para casa.


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