sexta-feira, 1 de março de 2013

Crítica: Sentidos do Amor (2011)


Filmes que fazem desabrochar de dentro da gente toda espécie de sentimentos, levando a pensamentos e reflexões, são os que eu mais gosto de assistir. E foi exatamente com esses elementos, que Sentidos do Amor (Perfect Sense) acabou se tornando um dos meus favoritos para toda vida.




O cenário é apocalíptico, e mostra uma pandemia inusitada que, pouco a pouco, vai tirando os sentidos de cada um dos seres humanos. O primeiro é o olfato, logo depois o paladar e em seguida a audição. Isso, obviamente, abre um precedente para o que está por vir.

Fomos ensinados desde pequenos que o homem tem CINCO sentidos, porém, o filme nos faz acreditar que há SEIS. E esse sexto sentido que continua sempre vivo, não importa o que aconteça, é simplesmente o amor. Enquanto ainda há sentimentos, mesmo perdendo tudo, estamos vivos.




Olhando assim, até parece se tratar de um emaranhado de pieguices, mas certamente não é um filme que se deixa cair no comum. Seu roteiro é original, com momentos filosóficos e intensos, e busca questionar o tempo todo o verdadeiro sentido da vida humana. A cada perda de sensações, é impossível não perceber, introspectivamente, o quão importante são as coisas simples da vida, que por culpa do dia-dia corrido mal nos damos conta. 

Outra coisa interessante do enredo é o fato de que, mesmo perdendo os sentidos, as pessoas ainda buscam fingir que vivem normalmente, por puro medo de confrontar a realidade. O diretor David Mackenzie conseguiu abranger brilhantemente as sensações, mostrando como seria um mundo sem elas, sugerindo a todo instante a importância de cada uma e a falta que nos faria viver sem.


A trama gira grande parte em torno do casal Michael e Susan, vividos por Ewan McGregor e Eva Green. Dois atores da nova geração que surpreendem nas suas interpretações, firmes e verdadeiras. Por fim, Sentidos do Amor é uma grata surpresa do cinema atual. Um filme que fascina, por ser diferente, original e super bem feito.


Um comentário:

  1. As pessoas não buscam fingir que vivem normalmente, elas descobrem com a ausência dos sentidos novas formas de viver, novos motivos, novas razões para fazer aquilo que sempre faziam, elas não fingem... Isso que é o mais lindo, eles descobrem a vida de outra forma. A vida se mostra assim pra quem é surdo, ou cego, enfim... Recomendo o filme

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