domingo, 21 de abril de 2013

Recomendação de Filme #13

O Sétimo Selo (Ingmar Bergman) - 1957

O cinema surgiu no final do século 19 como uma forma de entretenimento, mas com o passar do tempo virou uma forma de expressar os sentimentos mais ocultos, tornando-se assim a forma de expressão artística mais importante da modernidade. Ingmar Bergman soube aproveitar bem essa onda para mostrar seus ensaios filosóficos e introspectivos na tela, e com esse filme devo dizer que ele atingiu seu auge.




O Sétimo Selo (Det Sjunde Inseglet) conta a história de um cavaleiro chamado Block (Max Von Sydel), que após dez anos retorna das cruzadas e se depara com sua cidade devastada pela peste. Com tamanha tristeza, sua fé em deus é terrivelmente abalada e ele passa a refletir sobre o real significado da vida.

Nesse ínterim, a morte (tipicamente personificada, com um rosto cadavérico e vestida de preto) aparece para levá-lo embora. Com o objetivo de ganhar tempo de vida, o cavaleiro convida a morte para um jogo de xadrez, que decidirá sobre seu futuro. A morte, é claro, aceita o desafio, pois é soberana e mesmo perdendo, sabe que pode leva-lo quando bem entender.


A parte do jogo de xadrez é uma das melhores metáforas existentes na história do cinema. A vida é retratada como uma partida, em que você mexe do jeito que quer, e não importa o que aconteça, um dia ela chega ao fim. Enquanto o jogo desenrola, Block para a pensar no sentido que temos em estar nessa vida, e principalmente em como ela é frágil. Há também uma forte discussão sobre a existência de deus, do diabo e da vida após a morte, em diálogos espirituosos e marcantes.

Existem poucos filmes que podem ser considerados uma obra-prima, e O Sétimo Selo é um deles. É impossível ficar indiferente ao que passa na sua frente em uma hora e meia de filme. Uma alegoria em preto e branco sobre a busca do homem por um sentido da vida em um mundo caótico e desigual. Um filme obrigatório a todos que possuem sensibilidade e espírito livre.

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