sexta-feira, 28 de junho de 2013

Crítica: Augustine (2012)



Sombrio e enigmático, Augustine (Augustine) é baseado em fatos reais e aborda o estudo feito pelo médico Jean-Martin Charcot em 1885 sobre a histeria, que mais tarde seria estudada pelo também médico Sigmund Freud através da psicanálise.




A jovem Augustine (Soko), de 19 anos, trabalha como empregada em uma casa de alta classe até que um dia, durante um jantar de gala, tem um ataque de histeria enquanto serve à mesa. Internada em um hospital psiquiátrico, a jovem passa a chamar a atenção do médico Charcot por causa da sua doença.

O professor e médico, interpretado pelo excelente ator da nova geração francesa Vincent Lindon, está estudando a enfermidade, e utiliza Augustine como cobaia levando-a em palestras na universidade onde leciona para explicar os sintomas. Seu método utilizado é a hipnose, que também viria a ser usada por Freud posteriormente.




A histeria foi muito confundida até os anos 1700 como sendo uma espécie de possessão demoníaca, por causa do medo que as pessoas tinham do sobrenatural, e pelo puro desconhecimento das ciências. Isso levou muitas mulheres à fogueira no passado, acusadas de feitiçaria. Um ponto interessante do filme é a utilização de imagens de pacientes reais entre algumas cenas, falando sobre o que sentem, ou simplesmente sobre coisas triviais. Foi uma tentativa de mostrar que a doença existe de fato, não é apenas ficção.

Em seu primeiro longa metragem, é evidente que Alice Winocour ainda tem muito o que aprender. O ponto fraco para mim, e algo que é inteiramente particular, é o uso da fotografia obscura. Isso sempre me incomodou, inclusive nos filmes do Clint Eastwood, que é famoso por usar essa técnica. Além disso, o envolvimento entre a paciente e o médico fica meio a par do restante da história, e não convence. Sobre o elenco, Vincent Lindon novamente dá uma aula de atuação, assim como fez em Algumas Horas de Primavera, também desse ano. Soko, que interpreta Augustine, também se sai muito bem no papel, principalmente nos momentos em que a personagem entra em crise.



Por fim, o tema abordado em Augustine é bem interessante, te prende até o fim, mas parece que deixa algo solto pelo ar. Entretanto, não dá para negar que se trata de uma experiência válida, e isso é o que de fato importa neste caso.

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