sexta-feira, 12 de julho de 2013

Crítica: Colegas (2012)



De uns anos para cá, o cinema nacional tem produzido obras de excelente qualidade, e fui assistir o novo longa-metragem do diretor Marcelo Galvão cheio de expectativas, principalmente depois dele ter sido escolhido como melhor filme em Gramado. Imaginem então minha decepção ao perceber que o filme é um verdadeiro show de equívocos.



Stalone, Márcio e Aninha são três garotos com síndrome de down, que resolvem fugir do instituto educacional onde vivem usando o carro do jardineiro, vivido por Lima Duarte. A ideia do trio é sair por aí vivendo aventuras e realizando sonhos (o de Stalone é ver o mar, o de Márcio é voar e o de Aninha é casar. Por crescerem assistindo filmes, os três sabem de cor várias falas famosas de clássicos do cinema, e o diretor não economiza no uso dessas frases nos diálogos dos personagens.

Bom, até então a premissa parece bacana, e foi justamente esse o motivo que me fez assistir ao filme, imaginando se tratar de algo sério e bem feito. Mas logo de cara já começamos a nos deparar com uma sucessão de palhaçadas, no pior sentido da palavra, que transforma aquilo que poderia ser um grande filme em mais uma comédia babaca dessas que lotam o cinema nacional de pseudo-acéfalos.



Os personagens principais são tratados como se fossem (com todo respeito) macaquinhos de circo, prontos a fazerem o espectador rir com suas piadinhas forçadas e manjadas. Além do mais, a narração do ator Lima Duarte é irritante, e vai contando ao longo do filme exatamente todos os detalhes de cada cena, como se o espectador não tivesse capacidade de entender sozinho o que rolava na tela.

No entanto, a coisa mais bizarra ficaria ainda por conta da perseguição policial atrás do trio, depois que eles roubam uma loja de conveniência para se alimentar. De uma hora para outra eles acabam virando os bandidos mais procurados do país, e mesmo andando pelas ruas num carro conversível e fazendo barulho, ninguém os enxerga. Isso, claro, é super comum. O diretor ainda tenta satirizar os noticiários televisivos, com seus excessos de sensacionalismo, mas a crítica fica bastante superficial.




Por fim, são exatamente esses exageros, com cenas batidas e apelativas, que fazem com que Colegas seja a grande decepção cinematográfica do cinema nacional este ano. E mais, morrerei sem entender como que um filme como esse conseguiu ganhar o quiquito de em Gramado. Realmente, lamentável.

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