quarta-feira, 10 de julho de 2013

Crítica: A Datilógrafa (2013)



O cinema francês e sua maravilhosa capacidade de transformar enredos extremamente simples em filmes mágicos e super agradáveis de assistir. Em A Datilógrafa (Populaire), temos uma típica história de amor misturada com elementos de competição esportiva, que cairia no comum se não fosse um simples fato: a competição é para saber quem é a mulher mais rápida do mundo na hora de datilografar em uma máquina de escrever.




Estamos em 1959, ano em que todas as meninas sonham em ser secretárias, uma nova profissão que garante status a quem possua. Nesse ínterim, Louis (Romain Duris) é dono de um escritório de seguros que está a procura de uma nova secretária. Numa entrevista para escolher a ocupante do posto, ele acaba contratando Rose (Déborah François), que tecnicamente é um desastre, mas de cara mostra aptidão para escrever rápido com a máquina de escrever.

Após alguns dias, Louis resolve propôr que ela participe da competição de velocidade de datilografia da cidade, que é muito disputada e faz um enorme sucesso. Com medo de perder o emprego que tanto penou para conseguir, Rose aceita participar, mas na primeira vez acaba não passando da primeira fase.




Louis não desisti da ideia e a leva para morar na sua casa, para que os dois treinem juntos. Ele a faz datilografar obras literárias inteiras, usando um método simples mas eficaz, que melhora ainda mais sua velocidade na hora de tocar as teclas. A relação dos dois, porém, começa a ser mais do que apenas a de chefe e sua empregada, e os dois passam a ficar mais íntimos.

Dessa vez mais preparada, e com incentivo de Louis, Rose disputa o campeonato nacional e se sagra como grande campeã, ganhando a vaga para disputar o mundial, onde terá de enfrentar a norte-americana Susan, recordista mundial e diversas vezes campeã.




O roteiro, como disse no começo, é incrivelmente simples ao mostrar uma jovem garota do interior que vai tentar a vida na cidade grande e acaba tendo um romance com seu chefe. Mas a narrativa linear e sem grandes surpresas é compensada pela excelente atuação da dupla principal. É possível logo de cara perceber a química existente entre os dois, em um romance que nos remete aos singelos casos de amor dos anos 50.

Não é um filme reflexivo ou debatedor, e a ideia nem era mesmo essa. Mas ainda assim, a crescente participação social das mulheres após a Segunda Guerra Mundial serve como pano de fundo dessa obra feita apenas com intuito de divertir, mas sem cair no básico.




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