quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Crítica: Bling Ring - A Gangue de Hollywood (2013)


Entre os anos 2008 e 2009, um grupo de adolescentes de Los Angeles efetuou uma série de arrombamentos em casas de celebridades como Paris Hilton, Orlando Bloom e Lindsay Lohan. No seu novo trabalho, a cineasta Sofia Coppola nos coloca dentro das ações desse grupo, aprofundando sua visão sobre o mundo da fama, e a vida artificial das pessoas que idolatram seres que nada tem de especial a não ser dinheiro.


Filhos se pais ausentes, que não se preocupavam com o que os filhos faziam ou deixavam de fazer dos seus dias (e princpalmente noites), Nicki (Emma Watson), Rebecca (Katie Chang), Chloe (Claire Julien) e Marc (Israel Broussard) se conheceram na escola, e saíam todas as noites para badaladas festas. Porém, os jovens vindos de famílias ricas, que tinham entre 17 e 18 anos, tinham como principal diversão invadir as casas das famosas celebridades para furtar uma série de objetos de luxo. Por ser uma região de alta classe, ninguém nunca se preocupou com roubos, o que facilitou para o grupo.

Tudo vai bem até que a câmera de segurança de uma das casas acaba flagrando-os, e as imagens vão parar na mão da polícia. Os quatro são acusados e acabam pegando um tempo de prisão. Um ponto interessante abordado pela diretora, é a idolatria que esses jovens possuíam pelos donos das casas, fazendo uma crítica à busca dos jovens por ídolos cada vez mais superficiais.


O mais triste de tudo, é pensar que são adolescentes que poderiam ter tudo que quisessem na vida, mas preferiram fazer suas próprias escolhas. Falta um pouco de profundidade em alguns personagens, e no enredo em si, mas Coppola acerta muito bem ao criar uma espécie de falso documentário, usando em alguns momentos montagens típicas de programas de fofoca à lá "Tv Fama".

O filme acaba sendo uma dura crítica aos valores da sociedade atual, e a alienação da juventude, cada vez mais buscando futilidades para preencher o vazio e o tédio que a vida lhes dá. Porém, não há um julgamento claro ou uma posição do que é certo e o que é errado. A diretora se abstém de fazer isso, se preocupando apenas em mostrar a história e ponto, de forma crua e sem rodeios.


Jovens que sonham em ser aquilo que não são, que tiram fotos com objetos roubados para pôr no facebook, com a sensação irreprimível de que estão arrasando. Parece distante de nós, irreal? Obviamente que não. Por fim, não se trata do melhor trabalho de Sofia Coppola, mas ainda assim possui alguns traços característicos seus, como a visão da juventude no contexto atual e a trilha sonora recheada de sucessos pop.


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