segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Crítica: O Grande Gatsby (2013)


O Grande Gatsby, escrito por F. Scott Fritzgerald e publicado em 1925, é um dos livros que mais ganhou adaptações para o cinema até então, e coube ao australiano Baz Luhrmann (Moulin Rouge: Amor em Vermelho e Austrália) trazer o romance das páginas para as telas pela quarta vez.



Luhrman é conhecido pelo seu jeito espalhafatoso, com o uso de muitas cores, muito brilho, e uma fotografia exagerada que lembra um espetáculo circense. Esse seu estilo foi muito bem utilizado no premiado Moulin Rouge, mas dessa vez ficou bastante desproporcional, deixando evidente que ele errou a mão ao transpôr a sua própria versão da estória para os espectadores.

Tanto no livro como no filme, a estória é narrada por Nick Carraway (Tobey Maguire), um corretor de ações da Wall Street e aspirante a escritor, que se muda para uma casa em Long Island tornando-se vizinho do milionário Jay Gatsby (Leonardo Di Caprio). Gatsby possui a fama de organizar festas gigantescas na sua mansão, onde se misturam pessoas de todas as classes e idades.



Na primeira metade, já conseguimos perceber alguns nuances que incomodam, como a câmera afetada e a montagem acelerada. Além do mais, o que primordialmente incomoda é a trilha sonora, recheada de músicas pop da atualidade, destoando completamente da época em que o filme se passa (anos 20). Fica-se a pergunta do que o diretor quis dizer com isso, mas seja o que for, pegou muito mal.

Na segunda parte, o filme fica um pouco mais consistente, mas a falta de sensibilidade na condução da estória faz com que seja uma obra fria e distante, sem nenhum momento de aproximação entre os personagens e o espectador. No livro, Gatsby é um personagem obscuro e misterioso, enquanto no filme, não aparece nenhuma dessas características.



Sobre as atuações, Tobey Maguire mostra mais uma vez que está longe de ser um bom ator. Sua participação como Nick Carraway é monótona e sem personalidade (ele não consegue se desvencilhar do seu papel de Peter Parker, com seus trejeitos de "menino bobão"). Leonardo Di Caprio se salva, com uma atuação firme, mas ainda assim, longe do máximo que ele pode dar de si.


Deslumbrante e visualmente rico, mas extremamente vazio e com pouco a se dizer. O Grande Gatsby não chega a ser uma decepção total, pois até possui momentos interessantes, mas é o tipo de filme que eu não teria o prazer de rever e nem indicaria a um amigo.


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