domingo, 1 de dezembro de 2013

Recomendação de Filme #45

Festim Diabólico (Alfred Hitchcock) - 1948

Falar que Hitchcock é genial, é chover no molhado. Isso todos sabem, e essa sua fama não veio por acaso. Dono de enredos engenhosos, Hitchcock nos presentou com uma série de obras-primas, que se tornaram clássicos com o tempo. Entre essas obras está Festim Diabólico (Rope), pouco lembrado quando se fala na sua filmografia, mas com certeza um de seus melhores trabalhos.


Primeiramente, devo dizer que assistir Festim Diabólico pela primeira vez é uma experiência única. A trama no entanto é simples, e baseada em um fato real. Em Nova York, Brandon e Philip assassinam em seu apartamento o amigo David, simplesmente por se acharem superiores intelectualmente. O assassinato, com uma corda, é mostrado logo na primeira cena do longa.

Fugindo do enredo clichê de "quem matou quem?" ou "como foi que tudo aconteceu?", Hitch já nos joga tudo na cara de início. Aliás, apresentar um culpado no começo e ir dissecando tudo que envolve sua ação é uma das características principais do seu cinema, numa tentativa de mostrar que não há crimes perfeitos.

No entanto, para provar toda sua esperteza, os dois resolvem dar uma festa no próprio apartamento, onde planejam esconder o corpo no baú que servirá de mesa para os convidados. O mórbido plano fica ainda mais interessante quando percebemos que entre os convidados estão inclusive alguns parentes da vítima.
Com diálogos marcantes, o filme vai aumentando a tensão em cada cena, e tudo começa a ficar ainda mais perigoso quando Brandon, usando de toda sua arrogância, resolve soltar pistas aos convidados a respeito do ato que acabou de cometer. Aos poucos, o convidado Rupert (James Stewart) começa a desconfiar dessas pistas, sobretudo quando Philip começa e ficar misteriosamente temeroso de ser pego.

A ação se passa inteiramente dentro do apartamento (com exceção da cena inicial, onde Hitchcock faz sua aparição), o que de fato é uma das maiores experimentações do diretor. Os atores seguram o filme durante o tempo todo com atuações elogiáveis, e o estilo teatral fica bem evidenciado com os trejeitos dos personagens, que por sinal tem suas emoções bastante aprofundadas.

Por fim, Festim Diabólico não é citado na maioria das listas que vi de melhores filmes do diretor, e acho isso uma tremenda injustiça. Na época foi um fracasso crítica e comercialmente, mas não há como negar que com o tempo se tornou um clássico. Uma obra-prima obrigatória para os verdadeiros amantes da sétima arte.

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