domingo, 2 de março de 2014

Recomendação de Filme #51

Meu Nome é Khan (Karan Johar) - 2010

Não é de hoje que sou fã do cinema indiano, e é um fato que os filmes feitos por lá dificilmente me decepcionam. Com Meu Nome é Khan (My Name is Khan) não poderia ser diferente. O longa, mesmo com seus abusos típicos, é uma obra-prima, e uma verdadeira lição de vida.



O personagem que dá nome ao filme é Rizwan Khan (Shahruck Khan) , um muçulmano da região de Mumbai, na Índia, que desde pequeno sofre com a síndrome de Aspenger, o que causa dificuldades de socialização. Na cena inicial do filme, Khan está peregrinando pelos Estados Unidos em busca de um encontro com o presidente na época, George W. Bush. Não conhecemos sua motivação, nem sua história de vida, enquanto ele profere uma única frase insistentemente: "Meu nome é Khan, e eu não sou um terrorista". Através de flashbacks, começam a vir as respostas.

Filho de um mecânico, desde pequeno Khan era um garoto incomum, de bom coração. Ensinado desde criança pelo pai a consertar as coisas, o ensinamento mais importante da sua vida foi, no entanto, o de sua mãe, que lhe disse que o mundo é dividido entre dois tipos de pessoas, as boas e as más, e que fora isso não existe diferenças.



Já adulto, ele vai viver junto com o irmão nos Estados Unidos após a morte da mãe. Lá, passa a trabalhar vendendo cosméticos de porta a porta. Numa dessas, ele conhece a cabeleireira Mandira (Kajol), uma indiana por quem se apaixona perdidamente. Seu coração é fantástico, e é incrível a forma sensível que o diretor utilizou para passar toda a história sob sua visão. A doçura da vida, e a percepção de que tudo tem um lado bom são motivadores.

Após muita insistência por parte de Khan, Mandira aceita se casar com ele, pegando assim seu nome. Há uma série de protestos entre os familiares, por conta dele ser muçulmano e ela hindu, e os dois tem que se esforçar para passar por cima disso. No entanto, após os atentados de 11 de setembro, a vida dos muçulmanos fica bastante perigosa no país. Indignados com a raça, numa generalização imbecil, todos começam a maltratar e julgar quem vem de fora. Para piorar, um forte acontecimento faz com que Andira e Khan se separem, e é também onde se explica o porque de sua busca incessante pelo presidente.


Inteiramente poético, é o tipo de filme que te restaura a fé na humanidade. Para quem conhece o cinema indiano, ele não foge muito daquele estilo "pra cima", cheio de músicas animadas e de letras revigorantes. Já as cenas dramáticas são bastante trabalhadas, e até mesmo exageradas em alguns momentos, o que pode incomodar quem não está acostumado.

As atuações são exemplares. O roteiro é tão triste quando belo, mas ainda tem espaço para o otimismo na hora de lidar com os problemas da vida. Com cenas inesquecíveis, e uma lição de humanidade poucas vezes vista, Meu Nome é Khan é um dos filmes mais belos que já tive a oportunidade de assistir.


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