quarta-feira, 7 de maio de 2014

Crítica: Caçadores de Obras-Primas (2014)


Com um elenco invejável e uma história interessantíssima, Caçadores de Obras-Primas (Monuments Men), novo filme de George Clooney, tinha tudo para deslanchar de vez a sua carreira como diretor. No entanto, o resultado final foi decepcionante e não conseguiu cativar nem o público e nem a crítica, sendo um dos maiores fracassos do ano.


Baseado no livro homônimo de Robert M. Edsel, o filme conta a história de um grupo de americanos que se reuniu para recuperar e defender obras de artes roubadas pelo exército nazista durante a Segunda Guerra Mundial. O chefe do grupo é o professor Stoker (Clooney), um exímio conhecedor de arte, que reúne mais 12 conhecedores do assunto para irem rumo à Europa na tentativa de obter sucesso na missão.

Uma dos grandes desejos de Hitler era construir um enorme museu na sua cidade natal, Linz, onde exporia todas as principais obras de arte do mundo, de pinturas e esculturas a monumentos e edificações históricas. Para tanto, a tarefa dos soldados nazistas era a de roubar as obras e escondê-las em um lugar seguro até o fim da guerra. Em contrapartida, a difícil missão dos "Caçadores" era encontrar esses locais.



Em 1944, em um momento de declínio de Hitler onde os aliados se aproximavam de todos os lados, ele pôs em prática o "Decreto Nero", que anunciava que em caso de sua morte todas as obras de arte seriam queimadas e destruídas. Sabendo que a guerra está por um fio, começa então a luta dos homens para encontrar essas obras antes que seja tarde demais.

Quase nenhum dos membros do grupo tinha experiência militar, e muitos não estavam preparados para enfrentar o clima que os esperavam. Mesmo com algumas perdas, eles seguiram em frente, e ficou a dúvida no ar infringida pelo diretor: eles eram tão soldados quantos os que foram para lá de armas em punho? Afinal, preservar a história da humanidade é mais importante do que preservar as vidas que estão em perigo?



O enredo arrastado acaba deixando a obra bem aquém do esperado. No meio da trama, a história dos caçadores se confunde com a história de Viktor Stahl, um homem que trabalha para os nazistas escondendo as obras, e sua secretária Claire Simone (Cate Blanchett). Algumas cenas também parecem não fazer sentido, enquanto outras são absurdamente mal feitas.

As atuações são muito fracas, não trazendo nenhuma espécie de envolvimento com quem assiste do outro lado da tela. George Clooney e Matt Damon até estão bem, mas ainda assim não convencem. Bill Murray parece não saber o que está fazendo ali, e mesmo as presenças de Cate Blanchett, Jean Dujardin e John Goodman não são suficientes para salvar o filme, mostrando mais uma vez que uma boa obra não se faz apenas com bons nomes.


A única coisa positiva que eu ressaltaria é o fato do filme trazer à tona uma história pouco conhecida do público, e que merecia ser mostrada (ainda que de uma forma mais convincente). No mais, é um longa "esquecível", e que não contribui muito aos olhos de quem vê.


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