quinta-feira, 17 de julho de 2014

Crítica: Os Belos Dias (2013)


Baseado no romance "Uma Jovem Mulher de Cabelos Brancos", de Fanny Chesnel, Os Belos Dias (Les Beaux Jours) conquistou público e crítica desde que foi lançado no ano passado, com uma história sensível e apaixonante que aborda a relação de uma mulher madura com um rapaz que tem quase a metade de sua idade.


Caroline (Fanny Ardant), uma dentista de 60 anos recém aposentada, perdeu sua melhor amiga há 5 meses e desde então vive seu luto particular. Ela carrega em si um sentimento de perda muito grande, principalmente ao perceber que os anos passaram e ela não conseguiu fazer tudo o que gostaria de ter feito.

Numa tentativa de levantar seu astral, suas duas filhas já adultas lhe dão de presente um cartão de matrícula para o Les Beaux Jours, um conhecido clube de idosos que possui inúmeras atividades para quem chegou a velhice e não quer ficar em casa tricotando em frente à televisão.


Ela primeiramente odeia o lugar e decide nunca mais voltar, mas após ter problemas no seu computador pessoal, ela resolve retornar ao local com a intenção de assistir apenas as aulas de informática, dadas por Julien (Laurent Lafitte). Não demora muito para que os dois comecem a se encontrar também fora do clube. Mesmo sendo casada, Caroline se entrega de corpo e alma nessa relação com o jovem professor, que tem a idade de suas filhas.

É interessante a abordagem que o diretor faz sobre a sexualidade na terceira idade, e sobre a culpa que muitas pessoas sentem por conta disso. Mais que isso, mostra o preconceito das outras pessoas, como no momento em que o marido descobre a traição e pergunta se ela "não se enxerga no espelho".


Caroline sabe que Julien se encontra com outras, e sabe também ser impossível competir com as mulheres mais jovens. No entanto, ela vai levando a relação e tenta aproveitar o máximo disso enquanto ela durar. É muito comum conhecermos pessoas ao longa de nossas vidas que ficam pouco tempo do nosso lado mas que mudam nosso jeito de pensar a vida. A relação momentânea entre Caroline e Julien fez ela enxergar tudo com novos olhos dali em diante e melhorou inclusive sua relação com o marido, onde ambos voltaram a sentir o que pareciam ter esquecido com o tempo.

As atuações são muito boas, principalmente de Fanny Ardant. Ela mostra uma vitalidade impressionante, e uma sensualidade incrível no alto de seus 65 anos. A trilha sonora também encanta, além da bela paisagem praiana. Por fim, Os Belos Dias não deixa de ser clichê, mas é um clichê gostoso de assistir, que tem sua própria originalidade e faz a gente sentir algo bom quando termina.


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