terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Crítica: O Juiz (2014)


Apesar do cartaz indicar o contrário, O Juiz (The Judge) não é apenas mais um filme sobre tribunais dentre tantos que vimos por aí. Pelo contrário, ele vai muito além disso. Com um roteiro bem construído, o filme traz um drama familiar bastante denso e filmado com competência.



Hank (Robert Downey Jr.) é um advogado de renome, conhecido por ser bastante competente na área em que atua, mas com uma vida particular bastante conturbada. Quando a mãe dele morre, ele se vê obrigado a voltar para sua cidade natal para participar do enterro. Ele não tem boas recordações do lugar, e não visita a família há 20 anos. Mais do que isso, ele tem uma péssima relação com o pai, Joseph Palmer (Robert Duvall), que é o juiz dessa pacata cidade.

Antes de Hank voltar para casa, o pai dele é indiciado por atropelar fatalmente um homem durante a madrugada, e o advogado decide ficar na cidade para ajudá-lo no caso. Aos poucos vamos descobrindo que não foi exatamente um acidente. Anos atrás, Joseph teria cometido um grave erro de julgamento ao libertar um homem de uma pena grave, antes dele cometer outro crime bárbaro, e por isso, carrega nos ombros a culpa disso até então. Isso faz com que ele não queira se defender, e comece a fazer de tudo para que ele próprio seja condenado, como forma de justiça.



O filme foca bastante no drama familiar e no retorno do passado, que faz com que pai e filho discutam sobre fatos que foram "enterrados" mas jamais esquecidos. Famílias que se separam por bobagens e que voltam a reatar os nós separados pelo tempo já é assunto manjado no cinema, e talvez por isso o filme acaba ficando carente de originalidade. Mesmo com o bom manejo do enredo, o diretor não consegue evitar sua previsibilidade.

As boas atuações de Downey Jr. e Duvall seguram o filme até o final. Quem também chama a atenção é Billy Bob Thornton, na pele do advogado de acusação. Outro destaque é a trilha sonora, belíssima, e construída com afinco pelo compositor Thomas Newman. Mais conhecido por comédias como o sucesso Penetras Bons de Bico, David Dobkin tem em O Juiz o seu filme mais maduro da carreira até então.


Um comentário:

  1. Eu achei The Judge o filme divertido, no início parece ser algo muito plana, mas alguns momentos mais tarde você pode contar toda a história por trás do advogado (filho do juiz). A relação entre eles não é bom, mas no fundo eles amam e respeitam. Grande filme, 100% recomendado.

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