terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Crítica: A Teoria de Tudo (2014)


Após dirigir filmes de pouca expressão, o britânico James Marsh topou o maior desafio de sua vida: transpôr para as telas a biografia do cosmólogo e físico Stephen Hawking, baseada no livro escrito pela sua primeira esposa Jane Hawking. O resultado final foi um excelente drama, que tem tudo para ser um dos nomes mais fortes no próximo Óscar.



Da juventude em Cambridge aos dias de hoje, A Teoria de Tudo apresenta ao espectador um pouco da história de uma das figuras mais emblemáticas do século 20, a partir do período em que Hawking está fazendo seu doutorado. Pacato e ao mesmo tempo brincalhão, Hawking sempre foi uma "mente brilhante", e chamou a atenção pela inteligência e pela perspicaz.

Foi ainda na faculdade, durante uma festa, que ele conheceu e se apaixonou por Jane (Felicity Jones), a mulher que viria a se tornar parte importante na sua vida. A vida dos dois seguia normalmente até que Hawking descobriu uma rara doença que aos poucos foi tirando sua habilidade motora e os seus sentidos, inclusive a fala. O médico declarou que lhe restavam apenas dois anos de vida, mas aos poucos ele foi provando que a vida humana é muito mais misteriosa do que se possa imaginar.



Durante anos, Hawking se empenhou na sua teoria do tempo, estudando e apresentando teses sobre buracos negros e o início do universo. Além de focar na carreira de Hawking, o filme também mostra bem a relação familiar que ele tinha. Apesar de todas as dificuldades, Jane jamais o abandonou, estando sempre do seu lado mesmo quando as coisas pareciam impossíveis. Da união, nasceram três filhos sadios e um companheirismo que persiste até hoje, mesmo que eles não estejam mais juntos.

Não há o que dizer da atuação de Eddie Redmayne, a não ser chamá-la de espetacular. Nitidamente o ator deu tudo de si pelo personagem, em uma das atuações mais impressionantes do ano, e o esforço fez com que ele seja hoje o principal favorito ao próximo Óscar. Quem também deverá estar no Óscar é Felicity Jones, que personifica Jane com maestria. Por fora uma mulher doce e sensível, mas por dentro uma mulher que enfrenta todos os obstáculos da vida de cabeça erguida.



O mentor de Hawking certa vez diz que a profissão de professor de física é uma das mais gratificantes que existem, pois quando menos se espera sai de sua sala uma mente diferenciada pra colocar o nome na história. E Hawking certamente foi um desses nomes. Setentenário, ele não pensa em se aposentar, e segue na luta por comprovar suas teorias.


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