segunda-feira, 31 de março de 2014

5 bons filmes sobre a Ditadura Militar no Brasil

Nesse dia 31 de março de 2014, completa-se 50 anos do golpe militar que mudou o cenário do país e perdurou por duas décadas. Repressão, medo, e falta de liberdade individual marcaram esse período negro na história do Brasil, que a maioria esmagadora da população não deseja reviver nunca mais.

Assim como acontece em todos os países que tiveram alguma espécie de ditadura, o cinema brasileiro também aborda insistentemente o assunto, tentando de alguma forma mostrar o horror que era viver na época, onde você era taxado de criminoso apenas por ser contrário a qualquer medida tomada pelo governo. Em lembrança à data, criei uma lista com 5 bons filmes que retratam o período. Confira abaixo e comente.

1. Pra Frente Brasil (1982)

Em 1970, enquanto o povo vibrava com a seleção brasileira na copa do mundo do México, a repressão comia solta por aqui. Nesse ínterim, um homem pacato de classe média (Reginaldo Faria) acaba sendo confundido com um ativista político, sendo capturado e torturado na prisão, enquanto sua família procura por notícias. O filme, que retrata o auge da repressão, foi lançado em 1983 quando a ditadura ainda estava em vigor, mas os protestos nas ruas já se faziam numerosos.

2. O Que É Isso Companheiro? (1997)

Em 1969, o grupo terrorista MR-8 elaborou um plano para sequestrar o embaixador americano Charles Burkie Elbrick (Alan Arkin), com a intenção de trocá-lo por presos políticos, que eram torturados nos porões da ditadura. Baseado no livro de Fernando Gabeira, o filme de Bruno Barreto concorreu ao Óscar de melhor filme estrangeiro em 1998.

3. Batismo de Sangue (2007)

No final dos anos 60, um convento de frades tornou-se um local de resistência contra a ditadura. Movidos pelos ideais cristãos, cinco freis passaram a apoiar o grupo guerrilheiro Ação Libertária Nacional, comandada por Carlos Marighella. Isso fez com que ficassem na mira das autoridades, que os prenderam e os torturaram em busca de informações, acusando-os de traidores da pátria.

4. Zuzu Angel (2006)

A estilista Zuleika Angel Jones (Patrícia Pillar) ganhou projeção internacional ao travar uma árdua batalha contra as autoridades nos anos 70, em busca do filho Stuart Angel Jones (Daniel de Oliveira), um ativista político que participava de movimentos estudantis e acabou sendo torturado e morto. O filme é um excelente registro da época, e mostra apenas uma das tantas história parecidas que ainda hoje trazem cicatrizes.

5. O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias (2006)

Um casal de militantes deixa o filho pequeno com o avô, para se esconderem da repressão. No entanto, eles dizem para o garoto que estão tirando umas férias, e prometem retornar até o fim da copa do mundo de 1970. Nesse tempo, porém, o avô acaba morrendo, e o garoto passa a ser cuidado por um judeu, vizinho do avô. Ele divide então seu tempo entre o medo do que vê em volta e a alegria de vibrar com a seleção de Pelé e cia.

domingo, 30 de março de 2014

Recomendação de Filme #52

O Piano (Jane Campion) - 1993


A diretora neo-zelandesa Jane Campion marcou seu nome na história do cinema em 1993, ao ser a primeira mulher a levar para casa a Palma de Ouro no Festival de Cannes. No ano seguinte ela ainda conquistaria o Óscar de melhor roteiro original, e só perderia o de melhor direção para Steven Spielberg, com seu A Lista de Schindler. A causa de tudo isso? O filme O Piano (The Piano), considerado um dos melhores filmes já feitos fora do solo americano.



Roteiros dramáticos estão fadados a ser apelativos. No entanto, quando o roteiro é bem construído, e as escolhas dos atores é feita a dedo, podemos ter um resultado surpreendentemente bom, com uma história crível e emocionante, como o visto nesse caso.

A trama gira em torno de Ada (Holly Hunter), uma mulher que é obrigada a se mudar junto com sua filha pequena para um vilarejo isolado na Nova Zelândia, após ter seu casamento arranjado pela família, que devia algo ao noivo. Sem falar desde os 6 anos, ela não tem muito o que fazer, e vai para o lugar com a missão de tentar se adaptar à situação.



Porém, logo na chegada, o marido Stewart (Sam Neill) não aceita que seus homens levem para casa o piano de Ada, que acaba abandonado no meio do nada. Apaixonada pelo instrumento, que serviu a vida toda como válvula de escape para os infortúnios da vida, Ada acaba desenvolvendo antipatia pelo marido após sua atitude.

Nesse ínterim, o comerciante local George (Harvey Keitel) resolve comprar o piano, instalando-o em sua própria casa. Interessado pela bela jovem, George pede a Stewart que ele a libere para lhe dar aulas de piano, e o que inicialmente era para ser uma relação de aluno e mestre, acaba se tornando uma relação de domínio e desejo.



Ada é chantageada por George, que promete devolver seu instrumento em troca de favores sexuais. No entanto, passados alguns dias, um sentimento verdadeiro passa a surgir entre eles. Mesmo temerosa quanto ao "pecado" que está cometendo, Ada se entrega de corpo e alma, da forma como nunca tinha tido oportunidade na vida.

Quando o marido descobre que as sessões de piano viraram na verdade encontros eróticos, acaba ficando enfurecido, e toma uma atitude extremamente violenta contra a jovem. Passado o surto, e recobrada a consciência, ele percebe que Ada nunca foi verdadeiramente sua, e numa atitude humana (ao contrário da anterior), ele deixa ela ir embora com George.



O final é dramático, quase um soco no estômago. A narrativa é primorosa, e a sofisticação visual encanta. Algumas imagens do filme ficarão marcadas para sempre na memória, como a cena em que George acaricia as pernas de Ada por um buraco em sua meia. Simples e lírico, o filme chama a atenção também pela excelência das atuações. A contradição que nos faz amar e odiar um personagem em poucos minutos, cria uma teia de emoções como poucas vezes vista, mostrando o quão mutável é a natureza humana e seus sentimentos.

Como era de se esperar em um filme que tem um piano como "personagem", a trilha sonora é fantástica. As melodias, quase todas tocadas no piano em cena, dão um toque especial. Impossível não se apaixonar e, até mesmo, se identificar com o filme. Um dos mais belos trabalhos feitos para o cinema, feito pelas mãos de quem conhece do assunto.


sábado, 29 de março de 2014

Crítica: Os Filhos do Padre (2014)


Qual a melhor forma de criticar dogmas e abordar temas polêmicos de forma leve e despretensiosa? O uso do bom humor é um excelente caminho. Com um roteiro original, Os Filhos do Padre (Svecenikova Djeca) chama a atenção para o cinema croata, pouco conhecido do público em geral.



A história do longa se passa na Dalmácia, uma bela região da Croácia, banhada pelo mar Adriático. O padre Fabijan (Kresimir Mikic) acaba de sair de um seminário para substituir o pároco local, e logo na sua primeira ação, ouve a confissão de um fiel que se sente culpado por vender preservativos para os moradores locais em sua banca. Segundo o homem, ele está sendo hostilizado pela mulher que afirma que ele está "matando pessoas antes mesmo delas viverem", para eles um pecado monstruoso.

Enquanto a natalidade da cidade chega a quase zero após começarem a ser comercializadas as camisinhas, o número de óbitos continua estável, tendo uma diminuição significante no número de habitantes. Preocupado com a situação, o padre resolve tomar uma atitude desesperada: furar todas os preservativos antes mesmo deles irem à venda, para que as crianças voltem a nascer e a população volte a crescer.



O tom de comédia é muito bem aplicado, com algumas cenas emblemáticas. Fica evidente que a intenção do diretor e roteirista Vinko Bresan era criticar algumas visões ultrapassadas da igreja por meio do bom humor, abordando temas polêmicos de forma leve e engraçada. Impossível conferir o longa sem lembrar do largo debate em torno do uso das camisinhas pela comunidade católica.

Indo contra as estatísticas do restante do país, a ilha alcança uma taxa de natalidade expressiva depois das medidas do padre. O fato acaba dando fama ao local, atraindo milhares de turistas que desejam ter filhos e veem na cidade a grande chance. Aos poucos, porém, a atitude de Fabijan vai sendo descoberta, trazendo uma série de mal entendidos e consequências inesperadas.



A narrativa é, por vezes, sonolenta, ainda que esteja longe de ser um filme ruim. A parte mais interessante é certamente o diálogo entre os párocos, e a crítica acerca de suas atitudes. Como por exemplo a cena em que o bispo do país chega na ilha, a bordo de uma lancha milionária (seria uma crítica ao bispo alemão Franz-Peter Tebartz-van Elst?), e Fabijan o compara a um mafioso.

Sobre as atuações, elas são simples mas não deixam a desejar. É um filme diferente, fora do comum, e você tem que entender isso logo de cara para poder gostar. A imprensa croata exagerou ao dizer que é o melhor filme deles em anos (e talvez seja, já que pouco se conhece de lá), mas é um bom filme para assistir e dar algumas risadas.


quarta-feira, 26 de março de 2014

Crítica: A Pele de Vênus (2014)


Alguns diretores se destacam dos outros por seu estilo próprio, e um ótimo exemplo disso é Roman Polanski. Os clássicos Repulsa ao Sexo (Repulsion), O Bebê de Rosemary (Rosemary Baby's) e O Inquilino (The Tenant), além do mais recente Deus da Carnificina (Carnage), possuem todos uma característica em comum: se passam em um mesmo ambiente, dando um clima bastante claustrofóbico à história.



A Pele de Vênus (Venus in Fur) não foge desse estilo, e se passa inteiramente dentro de um teatro envolvendo apenas dois atores durante toda a trama. O que poderia ser um verdadeiro fracasso resultou em mais um filme sublime de Polanski, graças a mão firme na direção e às atuações fantásticas.

Na trama, Thomas (Mathieu Amalric) está fazendo audições para sua peça estreante, A Pele de Vênus, adaptação do clássico de Sacher Masoch. Obcecada pelo papel principal, a atriz Vanda (Emmanuelle Seigner) usa de todo seu jeito excêntrico e dominador para convencer ele a ouvir sua encenação e escolhe-la.


Ao iniciarem o teste, Thomas logo percebe que ela está mais preparada do que ele imaginava. A atriz sabe todas as falas de cor, e com desenvoltura, toma para si a personagem como ninguém, palpitando sobre o enredo e as principais cenas. Com o tempo, ambos vão misturando ficção com realidade, iniciando um jogo perigoso entre eles.

Na peça, um homem pede à mulher que ama para que ela o torne seu escravo, infringindo todas as torturas que quiser. Aliás, é do nome do autor (Masoch) que vem a origem da palavra masoquista. Ao contracenar as cenas do roteiro, ambos passam a viver suas perversões. A personalidade provocante e dominadora de Vanda se sobressai, e aos poucos ela vai comandando a mente de Thomas, levando ele a fazer coisas estranhas.



Em um filme de dois personagens, é óbvio que as atuações e os diálogos teriam que ser magistrais para segurar o público até o fim. E absolutamente são. Mathieu Amalric (de O Escafandro e a Borboleta e Frango com Ameixas) prova mais uma vez porque é um dos melhores atores franceses dessa geração. Já Seigner (mulher de Polanski na vida real) chama a atenção não só por sua sensualidade, mas sua destreza.

O roteiro bem construído rendeu o Prêmio César (o Óscar francês) de melhor diretor para Polanski, além da indicação em outras diversas categorias. Por fim, há de se elogiar o diretor, que mesmo após cinco décadas, ainda não perdeu sua veia original. É sem dúvida um dos filmes mais interessantes do ano.


terça-feira, 25 de março de 2014

Crítica: O Grande Herói (2014)


Pode até ser pretensão minha, mas coloco desde já O Grande Herói (Lone Survivor) como um dos melhores filmes de guerra feitos para o cinema. Esqueça os filmes com excesso de patriotismo ou a figura do herói invencível (apesar do nome indicar que o filme será assim). Qualquer ideia sobre isso cai por terra nos minutos iniciais, onde logo percebemos não se tratar de um filme qualquer.



Após iniciar o filme mostrando cenas fortes e reais do treinamento quase desumano dos soldados da Marinha Americana, o diretor Peter Berg nos coloca na base americana de Bagram, no Afeganistão, onde os soldados estão planejando um ataque. Infiltrados no país, eles tem como missão invadir um vilarejo e capturar um membro poderoso da Al-Qaeda.

Enquanto aguardam ordens, os soldados brincam pelos pátios do local como verdadeiras crianças, apostando corridas e jogando cartas, mostrando que no fundo não sabem ao certo o que estão fazendo ali. O enredo concentra bastante na preparação do ataque, na escolha da melhor estratégia, e no estudo das zonas de ataque, que logo são nomeadas com nome de cervejas para fácil assimilação de todos.



Chega enfim o dia da missão. Os soldados vão chegando perto do vilarejo com muita precaução, através da floresta que cerca o lugar. A aproximação é lenta, e pode incomodar quem está acostumado com filmes de guerra cheios de ação. Para quem gosta de verdade de cinema, perceberá que a técnica ficou impecável. 

Tudo vai bem até que um grupo de pastores aparece na floresta, bem próximo de onde eles estão. Os americanos, temerosos com a situação, acabam capturando os pastores, o que dá início a um debate entre eles mesmos: matar os pastores, que parecem ser inofensivos, ou deixá-los ir embora correndo o risco deles não serem o que aparentam ser?



Após liberar os muçulmanos, o clima de tensão é evidente. Não demora para o grupo de soldados ser cercado por membros da Al-Qaeda, armados até os dentes, e que estão prontos para matar qualquer coisa viva que passe pela frente. Na confusão, três dos soldados são mortos, e apenas um sobrevive. Ele acaba sendo, para surpresa geral (e se você não viu o filme não recomendo continuar lendo esse parágrafo), sendo acolhido pelo grupo que ele havia libertado anteriormente, provando que eles nada tinham a ver com o ocorrido, ao contrário do que se pensava.



A homenagem final, feita para os soldados mortos na vida real, é belíssima e mexe com o coração do espectador. Afinal de contas, é uma história onde não há heróis, apenas um homem com um forte e irrepreensível instinto de humanidade, e um verdadeiro exemplo de solidariedade por parte daqueles que são vistos muitas vezes como inimigos.

Mark Wahlberg disse em entrevistas recentes que esse foi seu papel mais difícil da carreira, e não é para menos. Sua atuação é firme, e não deixa nada a desejar. Como dito anteriormente, o roteiro é muito bem construído e a forma como foi transcrito para as telas merece elogios. O Grande Herói é o tipo de filme que talvez não faça tanto sucesso hoje, mas certamente será lembrado futuramente.


quarta-feira, 19 de março de 2014

Crítica: Ninfomaníaca: Volume 2 (2014)


Finalmente chegou ao fim o mistério que existia sobre a segunda parte do mais longo e polêmico filme de Lars Von Trier. Se a primeira chamou a atenção pelo humor, a segunda priorizou a dramaticidade e a melancolia, e apesar de inicialmente ser tudo parte de um mesmo filme, é bastante evidente a diferença entre ambos.


Ninfomaníaca: Volume II (Nymphomaniac: Volume II) continua exatamente do ponto onde o primeiro parou, mas logo retrocede rapidamente aos 12 anos de Joe, onde ela define o seu primeiro orgasmo e a visão transcendental que teve no momento. Seligman (Stellan Skarsgard) aproveita a história e monta um paradoxo com uma famosa imagem cristã, dando início desde cedo à polêmica, que Von Trier tanto adora.

A principal característica de ambas as partes são as digressões dos personagens de Joe e Seligman. Os diálogos tomam conta de boa parte do tempo, e são recheados de influências literárias, filosóficas e até mesmo musicais, chegando às vezes a fugir do tema principal, ainda que retorne subsequentemente. O personagem de Seligman aparece mais, e tem uma abordagem um pouco mais intimista nessa segunda parte, e finalmente acabou ganhando seu espaço merecido.



Seguindo a narrativa em forma de capítulos, dessa vez Joe está casada com Jêrome (Shia LeBoeuf), e está prestes a dar à luz a um menino. Com o advento do filho na vida do casal, e principalmente da rotina, a vida sexual dos dois acaba sofrendo uma perda significativa, e isso acaba deteriorando a cabeça de Joe. Ela continua com seu desejo incontrolável, enquanto Jêrome ressente por não conseguir mais dar conta, e após uma conversa séria, ambos optam por uma medida drástica: Joe continuará morando junto com Jêrome e o filho, mas está livre para transar com outros homens.

Nessa busca por prazer exterior, ela acaba se metendo em situações bastante incomuns e degradantes. Numa dessas conhece K. (Jamie Bell), com quem passa a ter sessões de sadomasoquismo (com cenas fortes e realistas ao extremo). Nesse mesmo período, por conta de suas saídas constantes de casa, ela acaba neglicenciando os cuidados com os filhos, o que faz com que Jêrome vá embora definitivamente com ele.


O capítulo 7 começa com uma Joe diferente após o drama familiar. Desesperada, ela começa a buscar ajuda em grupos de apoio, com mulheres que vivem seu mesmo problema. Porém, com o tempo, ela percebe que no fundo não está fazendo nada de errado, e o discurso dela em frente às outras mulheres é de se aplaudir de pé.

O filme frisa bastante no fato de que, se Joe fosse um homem, talvez suas atitudes quanto a sexo seriam aceitas com muito mais facilidade. No final, Seligman comenta sobre isso brilhantemente. Afinal, por que uma mulher não pode ser livre para sair com quantos homens quiser? Por que ela não pode buscar prazer, mesmo que seja através das situações mais curiosas? Por que ela tem que ser refém de uma sociedade hipócrita, que a olha com desdém enquanto guarda para si os segredos mais obscuros de sua própria sexualidade? 



De todas as cenas polêmicas, talvez a do pedófilo seja a que mais choca. Ao descobrir a preferência sexual de um homem por crianças, Joe se solidariza com ele, afinal, ambos vivem transtornos sexuais que necessitam esconder, e vivem culpados diariamente por ter que conviver com essa sua condição. Se ele nunca fez nada de mal a ninguém, qual a culpa que ele tem de carregar esse fardo, esse desejo incomum? Serve como um tapa na cara de quem julga os outros sem se colocar no lugar, e é uma das partes mais interessantes do longa sem dúvida alguma.

A parte menos interessante, porém, é a final. Parece que toda a estrutura cuidadosamente planejada nas primeiras horas desmorona nos últimos 30 minutos. Depois que Joe começa a dividir o apartamento com P. (Mia Goth), uma menina bem mais nova, e as duas começam a ter relações, a história parece se perder. Além disso, Joe consegue um emprego estranho, de cobrança de dívidas, que culmina no reencontro mal elaborado com Jêrome. 



Assim como na primeira parte, a sequência também possui uma belíssima fotografia, com uma estética diferente de outros filmes do diretor. As atuações não são impressionantes, mas também não decepcionam, e a trilha sonora continua excelente. O único deslize narrativo, ao meu ver, foi a troca repentina de atrizes em um dado momento, fazendo Joe envelhecer praticamente vinte anos em três.

No mais, trata-se, sem dúvida, de um filme que vai ficar marcado para sempre como um dos mais impactantes da carreira de Von Trier. A viagem pela vida de Joe certamente vale a pena, ainda que não seja um filme fácil de engolir. O final é uma verdadeira crítica ao lado perverso da natureza humana, onde ninguém escapa, por mais caráter que pareça ter.



Crítica: Flores Raras (2014)


Uma verdadeira joia rara do cinema nacional. É assim que descreveria o novo filme do diretor Bruno Barreto, que enfim, parece ter feito a grande obra da sua carreira até então. Diferente de tudo que já foi visto no cinema brasileiro, o filme toca num tema polêmico e super atual: o relacionamento amorosos entre duas mulheres.


A trama mostra a relação que existiu entre a poetisa norte-americana Elizabeth Bishop e a arquiteta e urbanista carioca Lota de Macedo Soares. Em meados da década de 50, Bishop (Miranda Otto) vivia uma crise criativa, e na tentativa de se reinventar, partiu rumo ao Rio de Janeiro para ficar na casa de sua amiga Mary (Tracy Middendorf), então companheira de Lota (Glória Pires).

A princípio era para ela ficar apenas três dias no local, mas por uma série de motivos acabou ficando mais do que o esperado. Com o tempo, ela e Lota não conseguiram controlar mais o desejo que passaram a nutrir uma pela outra, e iniciaram uma tórrida relação de amor, mesmo com Mary em casa.


Arquiteta de mão cheia, Lota projetou um local no próprio terreno (uma propriedade belíssima no interior da capital carioca) para que Bishop pudesse, com tranquilidade, escrever suas poesias, usando a paisagem como inspiração. O fato é que não tardou para que a poetisa voltasse a escrever, em um ápice criativo, que resultou em diversos prêmios literários a partir de então.

Uma das partes mais interessantes do enredo é a ambientação que ele faz do Brasil nos anos 50, tanto em fatos políticos, como em construções de obras até hoje consideradas um marco no país. O Rio de Janeiro está irreconhecível, mas percebemos que já naquela época havia uma gritante desigualdade social, como mostrado na hora em que as duas compram uma criança de uma família pobre para cuidar como filha.


A cena que marcou o filme, para mim, foi o discurso de Bishop durante um jantar com políticos, incluindo o governador do estado, Carlos Lacerda, logo após o golpe militar que instaurou a ditadura no Brasil. Ela se indigna ao ver que, em pleno golpe, pessoas jogam bola na praia e se divertem como se não tivessem acabado de perder sua liberdade. Usando isso como exemplo, critica a alegria exacerbada e o desejo de comemorar do povo brasileiro, como se aqui todos levassem tudo na brincadeira.

Tecnicamente o filme é muito bem construído. As tomadas são criadas com uma visão microscópica aos detalhes, e Barreto está de parabéns pelo excelente trabalho. Enquanto Lota é expansiva e emotiva ao extremo, Bishop é contida e silenciosa, e essa diferença acaba ficando evidente graças às excelentes atuações de Miranda Otto e Glória Pires. A fotografia do longa também é exuberante, assim como a trilha sonora, que mescla com maestria Bossa Nova e MPB.


Em um tempo de ouro para os filmes que abordam o homossexualismo feminino (vide o sucesso de Azul é a Cor Mais Quente), Flores Raras conquista seu espaço, mas com certeza vai muito além disso. É um filme que vale a pena ser apreciado, sem dúvida alguma.


domingo, 16 de março de 2014

Os 5 filmes mais marcantes de Bernardo Bertolucci

Nascido em 16 de março de 1940, o italiano Bernardo Bertolucci começou cedo na carreira de cineasta, ainda no final dos anos 50, quando gravou seus primeiros curta-metragens. Sua carreira como diretor, de fato, iniciou em 1962 com o longa A Morte (La Commare Secca), mas foi com Antes da Revolução (Prima Della Rivoluzione), de 1964, que ele enfim chamou a atenção do público e da crítica. Ainda nos anos 60, Bertolucci escreveria o roteiro de Era Uma Vez no Oeste (Once Upon a Time in the West), que talvez seja o melhor filme do diretor Sergio Leone.

Já nos Estados Unidos, ele dirigiu o sucesso da época O Conformista (Il Conformista), pelo qual chegou a concorrer ao Óscar de melhor roteiro. Em 1972, lançou o polêmico O Último Tango em Paris (Ultimo Tango a Parije), com Marlon Brando e Maris Schneider. O longa ficou conhecido pelas cenas de nudez explícita (uma das marcas do diretor) e, principalmente, pela cena clássica da manteiga (quem assistiu sabe de qual estou falando). Ainda nos anos 70 ele lançou o épico 1900, talvez o melhor e mais grandioso filme da sua carreira, que contava com Robert de Niro e Gerárd Depardieu, ambos em início de carreira.

Nos anos 80, Bertolucci lançou o seu filme mais premiado da carreira, O Último Imperador (The Last Emperor), que levou nove Óscar para casa, incluindo o de melhor filme e o de melhor diretor. De lá para cá, ele lançou alguns bons filmes, todos bastante intimistas, que usam e abusam do seu velho estilo de narrativa lenta. O maior sucesso dentre eles é Os Sonhadores, que conquistou o circuito alternativo em 2003 ao mostrar um grupo de jovens revolucionários, na Paris de 1968, que se encontram e se relacionam entre si.

Numa homenagem ao diretor, listei abaixo 5 filmes marcantes e imperdíveis de sua carreira. Confira abaixo e comente.


1. O Último Tango em Paris (1972)

Enquanto procura um apartamento para morar, a jovem Jeanne (Maria Schneider) conhece um americano, Paul (Marlon Brando), cuja esposa recém cometeu suicídio. Instantaneamente os dois iniciam um tórrido romance, onde combinam não conversar sobre suas vidas passadas e nem saberem seus nomes, sendo sexo o único objetivo dos encontros. Porém, as coisas não são tão fáceis quanto parecem.

2. O Último Imperador (1987)

O filme mostra a saga de Pu Yi, o último imperador da China, que foi declarado para o cargo quando tinha apenas 3 anos de idade e viveu enclausurado na Cidade Proibida até ser deposto pelo governo revolucionário, conhecendo o mundo exterior pela primeira vez depois de 24 anos.

3. 1900 (1976)

A saga épica acompanha 45 anos da vida de dois amigos inseparáveis, o filho de um camponês e o filho do dono das terras onde o pai do primeiro trabalha. Juntos, eles acompanham o crescimento do fascismo na Itália, numa jornada de separações, insegurança e descobertas. A longa duração (cerca de 5 horas e meia) afasta o grande público de início, mas com certeza vale a pena perder um dia assistindo-o.

4. O Conformista (1970)

Marcello (Jean Louis Trintgnant) acaba de aceitar um trabalho para Mussollini, enquanto flerta e inicia um romance com uma bela jovem. Casados, eles vão à Paris para uma lua de mel, onde ele deve também cumprir uma missão dada por seus chefes: eliminar um professor que fugiu da Itália após o início do regime fascista.

5. Os Sonhadores (2003)

Matthew (Michael Pitt) é um jovem que, em 1968, vai estudar em Paris. Lá ele conheceos jovens Isabelle (Eva Green) e Theo (Louis Garrel), e logo os três se tornam amigos. Com o tempo, eles acabam dividindo experiências e desejos, enquanto a capital francesa vive a efervescência dos movimentos da Revolução Estudantil.

sábado, 8 de março de 2014

As Mulheres e o Cinema: Grandes Musas da Sétima Arte

Se há uma coisa certa nessa vida, é que o cinema, assim como o mundo, não seria a mesma coisa sem a presença das mulheres. Seja com personagens provocantes e de personalidade forte, ou simplesmente moças ingênuas e aparentemente indefesas, as mulheres sempre chamaram a atenção nas telas.

É interessante analisar a mudança comportamental do ser-humano através de suas presenças nos filmes, até porque a postura das mulheres na sociedade mudou muito do cinema mudo até os dias de hoje. Nesse dia 8 de março é o dia delas, e para homenageá-las nada melhor do que relembrar todos os grandes nomes que já fizeram e ainda fazem parte da história da sétima arte.

As primeiras mulheres nas telas
Theda Bara, a primeira "mulher fatal" do cinema.

Pode-se dizer que o primeiro nome a chamar a atenção é o de Theda BaraConhecida por usar figurinos exóticos em seus papéis, alguns inclusive transparentes (o que era chocante para a época), ela é considerada a primeira "mulher fatal" do cinema. Theda participou de mais de 40 filmes entre 1914 e 1926, mas apenas seis deles sobreviveram intactos até os dias de hoje. Seus maiores sucessos foram Escravo de uma Paixão, lançado em 1915, Cleópatra, de 1917 e Mulher Libertina, de 1924.

Musidora, um símbolo
sexual da época.
A francesa Musidora também fez sucesso no cinema mudo, principalmente depois de participar do clássico Os Vampiros. Assim como Theda foi a primeira mulher fatal do cinema, Musidora pode ser considerada a primeira do continente europeu. Juntas, elas foram responsáveis pela criação da alcunha "vamp", que logo passou a ser referida às mulheres provocantes. Outra atriz a ganhar a alcunha foi a polonesa Pola Negri, que foi levada aos Estados Unidos pelo diretor Ernest Lubitsch e estrelou sucessos como Carmen, Madame Duvary, e Beijos que se Vendem.

Outros nomes também fizeram sucesso na época, como Lillian Gish, Colleen Moore, Clara Bow e Gloria Swanson, mas nenhuma causou tanto alvoroço quanto Mary Pickford, que na época, só perdia para Charlie Chaplin em popularidade. A atriz canadense ficou conhecida na época como a "Queridinha da América", e se tornou uma figura importante para o crescimento dos filmes de ação. Ela participou de mais de 200 películas ao todo, e chegou a ganhar o Óscar de melhor atriz em 1930 por Coquette.
Mary Pickford, a atriz mais popular do cinema mudo americano.

Grandes atrizes da época de ouro do cinema

Após o surgimento da fala nos filmes, grandes atrizes começaram também a aparecer, num período extremamente rico para o cinema. São nomes cultuados até hoje, e que foram responsáveis por colocar as mulheres de vez na cultura popular. Algumas já haviam iniciado a carreira no cinema mudo, mas o advento do som fez com que elas pudessem ser muito mais dinâmicas em seus papéis, o que também serviu para incentivar novas atrizes.

Greta Garbo

Com uma beleza até antes nunca vista no cinema, a sueca Greta Garbo conquistou o mundo nos anos 30. Considerada uma das mulheres mais fascinantes do século passado, Garbo passou por dificuldades ao chegar nos Estados Unidos por inicialmente não falar bem o inglês, mas depois de se adaptar, sua carreira foi meteórica. Ela era conhecida por ser uma pessoa bastante reclusa, e pouco se sabia e muito se especulava a respeito de sua vida particular.

Ingrid Bergman

Dona de um dos rostos mais lindos que já apareceram nas telas, a também sueca Ingrid Bergman foi levada cedo para os Estados Unidos, onde se tornou uma estrela logo de cara, graças ao seu estilo próprio que encantou diretores, colegas, e o público em geral. Bergman foi premiada com três Óscars, sendo dois como melhor atriz e uma como melhor atriz coadjuvante. Seus maiores sucessos foram Casablanca e Por Quem os Sinos Dobram, além de ter participado de três filmes em parceria com o mestre do suspense, Alfred Hitchcock.

Vivien Leigh

Impossível falar em mulheres marcantes do cinema sem citar o nome de Vivien Leigh, a inesquecível Scarlett O'Hara de E O Vento Levou. A atriz, nascida na Índia (quando o país ainda era território britânico), fez poucos filmes para o cinema (já que sua carreira foi mais voltada ao teatro), mas isso não a impediu de levar dois Óscars para casa, um pelo próprio E O Vento Levou e outro por Uma Rua Chamada Pecado, onde contracenou com Marlon Brando.


Katherine Hepburn

A carreira de Hepburn é uma das mais famosas, rentáveis e extensas do mundo do cinema. Trabalhando em diversos gêneros, da comédia ao drama, ela é até hoje a atriz com o maior número de Óscars conquistados, quatro ao total. Sua personalidade excêntrica fez ela obter inúmeros fãs, mas também inúmeros desafetos. Seus maiores sucessos foram Manhã de Glória, Levada da Breca, A Costela de Adão, Adivinhe Quem Vem Para Jantar, O Leão no Inverno e Núpcias de um Escândalo.

Marlene Dietrich

O rosto mais marcante de toda a história do cinema alemão. Marlene Dietrich iniciou a carreira ainda na Alemanha, mas migrou para os Estados Unidos em 1935 após receber convite de Hitler para participar de filmes pró-nazismo, tornando-se americana naturalizada. Foi uma das mulheres que mais ditaram moda nos anos 20, sendo a primeira a abdicar dos vestidos e usar calças longas. Seus maiores sucessos foram Testemunha de Acusação, de Billy Wilder, Pavor nos Bastidores, do Hitchcock e o clássico O Julgamento de Nuremberg.

Olivia de Havilland

Filha de pais britânicos, Olivia de Havilland fez muito sucesso entre as décadas de 30 e 40, participando de filmes como Sonhos de uma Noite de Verão, As Aventuras de Robin Hood, e E O Vento Levou, onde teve a melhor atuação da sua carreira ao interpretar a doce e inocente Melanie. Ela venceu dois Óscars de melhor atriz, por Só Resta uma Lágrima e Tarde Demais.

Joan Fontaine

Irmã mais nova de Olivia de Havilland, Fontaine teve a carreira um pouco menos badalada do que a primogênita, mas ainda assim teve grande aclamação. Seu sucesso surgiu com Rebecca - A Mulher Inesquecível, de Alfred Hitchcock, que lhe rendeu não só a fama, como também o único Óscar da carreira.


Grace Kelly

Uma das mais belas atrizes que Hollywood já viu, ficou conhecida como Princesa Grace de Mônaco após se casar com o príncipe-soberano Rainier III. No cinema participou de 11 filmes, sendo seus maiores sucessos Disque M Para Matar, Janela Indiscreta e Ladrão de Casaca, ambos de Alfred Hitchcock, e Amar é Sofrer, pelo qual ganhou Óscar em 1955.

Rita Hayworth

De dançarina de cabaré a atriz mundialmente conhecida e respeitada. Essa foi a história de ascensão de Rita Hayworth, que ganhou fama após protagonizar o sucesso Gilda, de 1946. No filme, ela aparece fazendo uma cena de strip-tease (não como vemos agora, mas de forma sugestiva, com ela tirando vagarosamente a luva das mãos), o que serviu para encher as salas de cinemas na época e causar polêmica.

Jean Harlow

Harlow foi a primeira atriz loira a explorar seu sex-appeal, anos antes do furacão Marilyn Monroe. Nas telas, seus maiores sucesso foram A Guarda Secreta, Anjos do Inferno, O Inimigo Público Número Um e o clássico de Charlie Chaplin, Luzes da Cidade. Sua vida fora das telas, porém, foi o que chamou mais atenção, graças a seu temperamento difícil e seus casos amorosos desastrosos.


Lauren Bacall

Conhecida por sua voz rouca e sua aparência sensual, ela se tornou um ícone entre os anos 50 e 60, ditando inclusive a moda na época. Seus principais sucessos foram nos filmes À Beira do Abismo, Prisioneiro do Passado e Como Agarrar um Milionário, esse último ao lado de Marilyn Monroe.

Donna Reed

O maiores sucessos de Donna Reed foram A Felicidade Não se Compra, do diretor Frank Capra e A Um Passo da Eternidade, de Fred Zinnemann. Apesar de ser menos conhecida do que as outras da lista, sua presença nas telas é impressionante.


A beleza das mulheres finalmente vista em cores

Se as mulheres já eram idolatradas e cobiçadas em preto e branco, imagine a cores. No final dos anos 30, e na década de 40, já haviam alguns filmes coloridos circulando pelos cinemas, mas ainda eram grande minoria. Foi apenas nos anos 50 que as cores viraram uma realidade irreversível, e consequentemente, a beleza das atrizes pode ser vista com ainda mais detalhes.

Elizabeth Taylor

Apesar de ter nascido na Inglaterra, foi nos Estados Unidos que Liz Taylor (como era conhecida) se tornou uma lenda. Considerada uma das mulheres mais bonitas da história do cinema, Taylor surgiu para o mundo com seus papéis em Assim Caminha a Humanidade, Um Lugar ao Sol e Gata em Teto de Zinco, ambos na década de 50. No entanto, seu maior sucesso foi o épico Cleópatra, de 1963, dirigido por Joseph L. Mankiewicz. Ela ficou conhecida também por seu enorme número de casamentos: oito ao total.

Audrey Hepburn

Não, ela não é irmã de Kaherine Hepburn, apesar sobrenome dar a entender. Com o passar do tempo, Audrey se tornou outra lenda do cinema, e é até hoje considerada por muitos como a mulher mais bonita da história. Não é para menos, ela era realmente linda, quase uma boneca, e suas personagens cativavam pelo charme e pela simpatia. Seus principais filmes foram Bonequinha de Luxo, A Princesa e o Plebeu, Cinderela em Paris e Minha Bela Dama

Sophia Loren

Sophia Loren despensa comentários. A atriz italiana virou um símbolo sexual nos anos 60 ao trabalhar com grandes diretores como Vittorio de Sica, Federico Fellini, Ettore Scola, Robert Altman e até mesmo Charlie Chaplin, em seu último filme da carreira. Loren ganhou um Óscar de melhor atriz, em 1962, pelo filme Duas Mulheres.

Ava Gardner

Com seu olhar sedutor, Ava Gardner também chamou a atenção pela exuberante beleza nos anos 60. A atriz foi indicada ao Óscar pelo filme Mogambo, e também fez sucesso com A Hora Final, de Stanley Kramer e A Noite do Iguana, de John Huston. A atriz foi ainda casada com o cantor Frank Sinatra, e era conhecida por abusar do álcool e dos cigarros.


Faye Dunaway

Dunaway ficou conhecida no final da década de 60 após participar dos filmes Bonnie & Clyde - Uma Rajada de Balas e Chinatown, o último ao lado de Jack Nicholson. Ficou famosa por seu charme, elegância e beleza, sendo o principal nome da chamada Nova Hollywood.

Claudia Cardinale

A italiana Claudia Cardinale entrou para o mundo do cinema após ganhar um concurso de beleza. Iniciou a carreira aparecendo em filmes de Fellini e Luchino Visconti, e conquistou o mundo com sua participação em Era Uma Vez no Oeste, de Sergio Leone. Nos Estados Unidos, seu maior sucesso foi A Pantera Cor-de-Rosa, de 1963.


O fenômeno Marilyn Monroe

Ela podia até não ser uma excelente atriz, mas a voz suave, a beleza incomparável e principalmente a sensualidade fizeram com que Marilyn Monroe se tornasse a sex symbol mais lembrada, admirada e idolatrada do cinema. Mais do que uma atriz, ela virou com o tempo um ícone da cultura popular.

Monroe começou a carreira cedo, mas com aparições esporádicas em papéis pequeno. Foi com Almas Desesperadas, em 1952, que ela enfim ganhou um papel de protagonista. Ainda que o filme não tenha feito tanto sucesso, serviu para que seu nome começasse a aparecer na mídia, o que a levou a fazer dois filmes clássicos, cultuados até hoje: Os Homens Preferem as Loiras e O Pecado Mora ao Lado. Ela ainda faria sucesso em 1959 com a comédia Quanto Mais Quente Melhor.

Fora das telas, ela teve uma vida agitada e polêmica. Casou-se três vezes, com todos terminando em divórcio, foi acusada de ter tido um caso com o presidente John Kennedy e seu irmão, Robert Kennedy, e foi a primeira mulher da história a posar para a revista playboy.

A beleza das mulheres francesas

A beleza das atrizes francesas é tanta, que tive que criar uma sessão apenas delas. Impossível assistir um filme de Godard e não se apaixonar pelo olhar de Anna Karina. Assistir A Bela da Tarde, de Luis Buñuel, e não ficar perdido nas curvas da estonteante Catherine Deneuve. Ou ainda, assistir E Deus Criou a Mulher, de Roger Vladim, e não ficar de boca aberta com a aparição de Brigitte Bardot.

Anna Karina

Grande nome da chamada Nouvelle Vogue, Anna Karina conquistou o mundo com seu olhar penetrante e misterioso. Seus maiores sucessos foram sob a direção de Jean-Luc Godard, como Bande à Parte, Viver a Vida, Uma Mulher é Uma Mulher e O Demônio das Onze Horas.

Catherine Deneuve


Um dos maiores símbolos sexuais da história do cinema, Catherine Deneuve é um dos rostos mais impactantes do cinema francês. Ela fez sucesso primeiramente em 1964 com Os Guarda-Chuvas do Amor, antes de estrelar os clássicos A Bela da Tarde, de Luis Buñuel e Repulsa ao Sexo, de Roman Polanski.

Brigitte Bardot


Se Deneuve foi um símbolo sexual, o que dizer de Brigitte Bardot? Ela não só foi um também, como é até hoje considerada a mulher mais sexy do mundo. Sua beleza é única e incomparável, e ela arrecadou tantos fãs que a imprensa americana criou a alcunha de "Bardot Mania" para a legião de seguidores.

Musas dos anos 80 e 90

Nos anos 80, qualquer pudor que existia em relação a cenas de nudez envolvendo o corpo feminino foi erradicado, e por esse motivo, foi uma época marcada pelas sex symbols mais famosas e provocantes da história do cinema.

Sharon Stone


Seu primeiro papel no cinema foi em 1980 no filme Memórias, de Woody Allen, mas ela ficou mesmo famosa na década de 90 ao participar do clássico Instinto Selvagem. Após o sucesso, ela ficou marcada como a típica mulher fatal dos anos 90, e sempre quando se fala no temo, seu nome é um dos primeiros que surge na cabeça.

Demi Moore


O grande sucesso de Demi Moore nas telas foi Ghost -Do Outro Lado da Vida, mas foram dois filmes com temas sexuais que a fizeram alcançar a fama de símbolo sexual: Proposta Indecente, de 1993, e Assédio Sexual, de 1994. Moore, já com 51 anos de idade, ainda é uma mulher exuberante, e consta nas principais listas de mulheres mais sexys da história.

Jane Fonda


Jane Fonda já foi tudo que se possa imaginar. Além de atriz, ela foi modelo, ativista política, escritora e até guru de exercícios físicos. Filha do famoso ator Henry Fonda, conquistou a alcunha de sex symbol com os filmes Dívida de Sangue e Barbarella. Conhecida por escolher bem suas participações nas telas, ela rejeitou papéis importantes de protagonista em filmes como Bonnie & Clyde e O Bebê de Rosemary.

Meryl Streep


Mery Streep é uma rainha. Sem exageros, ela é a melhor atriz das últimas 4 décadas, e a prova disso são suas 18 indicações ao Óscar. Nos anos 70 e 80, ela conquistou o mundo atuando em filmes como Manhattan, A Escolha de Sofia, Kramer vs. Kramer e As Pontes de Madison. Já com 64 anos de idade, ela ainda mostra vitalidade, sendo uma das mulheres mais bonitas do mundo.

Julia Roberts


Quando Julia Roberts protagonizou Uma Linda Mulher, ao lado de Richard Gere, o mundo se rendeu aos seus pés. Considerada uma das mulheres mais bonitas dos anos 90, Roberts ganhou o Óscar de melhor atriz em 2001 pelo filme Erin Brockovich.

Nicole Kidman


Nos anos 90, Nicole Kidman contracenou uma série de filmes ao lado de Tom Cruise, que viria a se tornar seu marido por mais de uma década. O principal deles foi De Olhos Bem Fechados, de Stanley Kubrick, onde ela aparece nua, deixando todos embasbacados com sua beleza quase angelical.

Michele Pfeiffer


A consagração de Michelle Pfeffeir veio com Scarface, em 1983, onde ela contracenou com Al Pacino. Ela ficou conhecida também por interpretar a mulher gato no filme do Batman lançado em 1992, com Jack Nicholson como Curinga.

Sandra Bullock


Sandra Bullock é sem dúvida uma das mulheres mais bonitas de todos os tempos, e continua belíssima mesmo com quase 50 anos. Suas primeiras aparições no cinema foram em O Demolidor e Velocidade Máxima, e a partir de então ela fez praticamente um filme por ano, oscilando entre boas e péssimas histórias.

Charlize Theron


Para que Charlize Theron pudesse interpretar a serial killer Aileen Wuornos no filme Monster - Desejo Assassino, os maquiadores tinham a difícil missão de deixá-la feia. Missão quase impossível, diga-se de passagem, mas o resultado foi bem feito. A atriz, nascida na Áfica do Sul, é sem dúvida uma das mais belas de todos os tempos. Além de atuar, ela também é conhecida por ser uma ativista dos direitos das minorias, assim como dos direitos dos animais.

Cate Blanchett


Blanchett chamou a atenção em 1998 no filme Elizabeth, e ganhou o Óscar de atriz coadjuvante ao interpretar Katherine Hepburn no filme O Aviador, de Scorsese. Considerada uma das mulheres mais bonitas da atualidade, ela acabou de ganhar o prêmio de melhor atriz por Blue Jasmine, de Woody Allen.

Catherine Zeta-Jones


Catherine Zeta-Jones surgiu para o cinema ainda na metade dos anos 90, quando atuou em O Fantasma e A Máscara do Zorro. Seu maior sucesso porém foi em 2002 com o filme Chicago. É casada com o ator Michael Douglas desde 1998.


As mulheres mais bonitas da atualidade

Angelina Jolie


Angelina Jolie dispensa comentários. Para mim, a mulher mais linda que esse mundo ja viu, Jolie já virou uma lenda, mesmo tendo apenas 38 anos. Conhecida por sua filantropia, a atriz é uma das mais respeitadas no cinema atual. Casada com o astro Brad Pitt, juntos formam o casal mais bonito da geração.

Scarlett Johansson


Dez entre dez homens vão responder que Scarlett Johnasson é a mulher mais sexy da atualidade. A loira, nascida em Nova York, já foi indicada há diversos prêmios, ganhando o BAFTA em 2003 pelo filme Encontros e Desencontros. Queridinha de Woody Allen, ela já participou de três filmes do diretor, e além de atriz, também ganha a vida como cantora.

Penélope Cruz


Descoberta por Pedro Almodóvar, a espanhola Penélope Cruz é uma das mulheres mais lindas do cinema atual. Outra "queridinha" de Woody Allen, ela conquistou a fama em Hollywood após participar de Vicky Cristina Barcelona, em 2008, e receber o Óscar de melhor atriz coadjuvante.

Eva Green


A atriz francesa ficou conhecida mundialmente após interpretar a "bond girl" Vesper Lynd, em 007 - Cassino Royale. Porém, antes mesmo disso, ela já vinha arrancando suspiros por sua participação em Os Sonhadores, de Bernardo Bertollucci.

Monica Bellucci


Monica Bellucci ficou conhecida nos anos 90, ainda na Itália, mas foi com Malèna, de Giuseppe Tornatore, que ela ganhou fama mundial. O sucesso a levou a fazer filmes como Matrix e A Paixão de Cristo. Em 2004, já com 40 anos, foi eleita a mulher mais sexy do mundo, e chocou o mundo ao protagonizar uma das cenas mais brutais de estupro no cinema, em Irreversível, de Gaspar Noé. A atriz ainda causou polêmica com o Vaticano ao posar nua para a Vanity Far, grávida.

Natalie Portman


Natalie Portman iniciou cedo a carreira, com 12 anos de idade, no filme O Profissional ao lado de Lub Besson. Considerada uma das mais belas atrizes da atualidade, ela levou o Óscar de melhor atriz em 2011 por Cisne Negro.

Anne Hathaway


Com apenas 31 anos, Hathaway já consta em algumas listas como uma das 100 melhores atrizes de todos os tempos. Durante anos de carreira, ela participou de filmes de pequeno porte, sempre se destacando, mas sem chamar muita atenção. Porém, em 2013, ela estrelou Os Miseráveis, no papel de Fantine, e a atuação foi tão impressionante que ela levou seu primeiro Óscar de atriz coadjuvante para casa.

Megan Fox


Megan Fox é sexy por natureza. Como atriz ela deixa a desejar, e faz filmes meia-bocas, mas como colírio para os olhos masculinos, sempre foi um sucesso. Ela ficou famosa ao participar da trilogia Transformers, a partir de 2007, e várias revistas a consideram a atriz mais sexy do século XXI.