quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Crítica: O Jogo da Imitação (2014)


Desde pequeno, Alan Turing (Benedict Cumberbatch) era considerado um prodígio no colégio, principalmente na matemática. Já adulto, quando o Reino Unido declarou guerra à Alemanha em 1939, dando início ao que viria a ser o maior confronto armado da história, Turing resolveu se alistar como voluntário para ajudar o governo britânico a decodificar o chamado Enigma Alemão.


O Enigma era uma sequência numérica utilizada pelos alemães para se comunicarem via rádio durante a guerra, sem que ninguém descobrisse o que estava sendo dito. Nas mensagens estavam desde comandos até estratégias adotadas pelas tropas, e cada mensagem possuía mais de 159 milhões de combinações possíveis. Por conta disso, não se acreditava que um dia alguém conseguiria quebrar tal código, já que a tarefa parecia impossível para a mente humana.

Apesar da resistência dos oficiais, Turing conseguiu, com ajuda dos maiores matemáticos do país, criar uma máquina super potente, capaz de decifrar o enigma em poucos minutos. A máquina, além de ter ajudado os aliados a vencerem a guerra, é considerada um dos principais protótipos do computador que hoje usamos.


A personalidade de Turing sempre foi arrogante, de nariz empinado, e ele sempre se achou melhor do que todos. Isso começou a mudar quando ele conheceu seus colegas e principalmente Joan Clarke (Keira Knightley), com quem viveu um romance falso. Do meio para o final, o filme aborda outra faceta do matemático: a do homossexual enrustido, que foi perseguido pelo governo britânico após a guerra e preso sob acusação de indecência.

Um herói que salvou milhões de vidas para depois ser vilipendiado por causa de sua opção sexual. Esse é o grande mote do filme, que claro, vai muito além disso. Foi preciso mais de meio século para que enfim a Inglaterra reconhecesse o trabalho de Turing, que não viveu para ver isso com seus próprios olhos.


O roteiro é muito bom, e as atuações também impressionam. Benedict Cumberbatch está impecável e mereceu a indicação às principais premiações do ano. Quem também está muito bem é Keira Knightley, que chegou a concorrer como melhor atriz no Globo de Ouro. Por fim, filmes que abordam histórias desconhecidas da Segunda Guerra Mundial são sempre bem vindos, e o tema nunca deixará de ser bem apresentado nas telas.


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