quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Crítica: Para Sempre Alice (2014)


O Mal de Alzheimer é uma das doenças mais terríveis que podem ocorrer aos seres humanos, e só quem teve alguém na família com isso sabe o quanto é duro para todos lidarem. Dos diretores Richard Glatzer e Wash Westmoreland, Para Sempre Alice (Still Alice) tenta mostrar a reação e o dia-dia da família de uma mulher que acaba de descobrir do nada que está com a doença.


O filme conta a história de Alice Howland (Julianne Moore), uma renomada professora de linguística. Casada e mãe de três filhos já adultos, ela é extremamente competente, além de amar aquilo que faz. No entanto, aos poucos ela começa a desconfiar que tem algo de errado consigo mesma ao perceber pequenas e inesperadas perdas de memórias.

Ao procurar um neurologista, o mesmo acredita que possa ser indícios do Mal de Alzheimer. Alice entra em desespero e não consegue mais esconder isso de seu marido, John Howland (Alec Baldwin), que num primeiro momento custa a acreditar, já que ela é relativamente nova para apresentar os sintomas da doença. Porém, após uma série de exames, o médico comprova que se trata sim de Alzheimer, e que a doença foi passada geneticamente pelo pai de Alice.

Chega então o momento de contar à família. O choque é retratado em cada rosto dos seus filhos. Ninguém quer acreditar, ninguém quer aceitar. Nem mesmo Alice. As coisas começam a piorar ainda mais quando a doença passa a afetar suas tarefas diárias mais importantes, como as tarefas de casa e o próprio trabalho na faculdade.


É triste perceber como Alice vai perdendo aos poucos sua própria personalidade. Amante das palavras, ela começa a vê-las e entendê-las cada vez com mais dificuldade, e isso para ela é o pior de tudo. É como se ela não se enxergasse mais, como se ela tivesse deixado de ser quem ela era, e isso dói.

Com apoio da família, Alice vai conseguindo suportar a doença da maneira que pode, e é belíssima a relação que se cria entre todos. Esse apoio familiar é extremamente fundamental no decorrer da doença, que como todos sabem não tem cura. Alice vai se distanciando cada vez mais daquilo que era, e a direção sabiamente termina o filme antes do inevitável fim.

Do filme, só há que dizer uma coisa: se Julianne Moore nunca levou um Óscar para casa, é em 2015 que isso tem tudo para finalmente acontecer. Afinal, não resta dúvidas de que a atriz tem aqui o melhor papel de sua consagrada carreira. A transformação que a personagem sofre no transcorrer da trama está estampada no olhar de Moore, e ela dá vida à personagem com brilhantismo. Na parte das atuações, destaque também para Kristen Stewart, que faz a filha mais nova de Alice, e para Alec Baldwin, que faz o marido John.


Com um roteiro bem construído, uma bela trilha e boas atuações, Para Sempre Alice foge de qualquer clichê e traz uma história bastante original. Esplêndido em todos os detalhes, já vem a ser um dos melhores filmes a serem lançados no Brasil em 2015.

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