terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Crítica: Um Santo Vizinho (2015)


Com um roteiro previsível mas extramente bem trabalhado, Um Santo Vizinho (St. Vincent), do diretor estreante Theodore Melfi, se revela uma comédia inteligente e sem piadas bobas, o que é raro hoje em dia, e encanta pela sinceridade das atuações e pela abordagem simples e doce da vida.


Aparentemente nada parece dar certo na vida de Vincent (Bill Murray). Desempregado, solitário e devendo dinheiro no banco, ele não tem nenhuma perspectiva de futuro e parece não se preocupar nem um pouco com isso. As únicas coisas que ele ama na vida são sua mulher, que está em uma casa de repouso, e Felix, seu gato de estimação.

Um dia, a recém divorciada Maggie (Melissa McCarthy) se muda para a casa ao lado junto com seu filho pequeno Oliver. Tudo na vida do garoto é novo, inclusive a escola e os amigos, e ele tem dificuldade de se adaptar. Para piorar, ele tem que lidar com o preconceito dos colegas e do próprio professor por ser judeu.


Quando o garoto fica fora de casa depois de perder a chave, Vincent o abriga em sua casa até sua mãe chegar do trabalho. A partir de então ele passa a cuidar do garoto todos os dias, recebendo de Maggie uma quantia em dinheiro por isso (porque obviamente ele não faria essa boa ação de graça). Mal humorado, Vincent é a pessoa menos preparada para cuidar de uma criança, mas se vira do jeito que pode.

Aos poucos os dois vão criando uma relação bacana de amizade. Vincent demonstra não ser aquele cara turrão o tempo todo, e pouco a pouco vamos descobrindo que ele é muito mais humano do que sua aparência demonstra. Ele ensina ao garoto como se defender dos machões da escola, além de mostrar o mundo das corridas de cavalo e Oliver, por sua vez, ensina a ele o "lado bom da vida".


Por fim, Um Santo Vizinho é um filme que emociona ao mesmo tempo que nos faz rir. O roteiro acerta em cheio em não exagerar em nada, nem no drama nem no humor, cadenciando os dois de forma igual. Bill Murray e Naomi Watts tem atuações competentes, mas quem chama mesmo a atenção é Jaeden Lieberher na pele do menino Oliver. É uma jovem promessa que tem um brilhante futuro pela frente, sem dúvida. Só por isso já vale a conferida.

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