segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Crítica: Whiplash - Em Busca da Perfeição (2014)


Esplêndido, eletrizante, brilhante! Chegam a faltar adjetivos no dicionário para descrever Whiplash: Em Busca da Perfeição, novo filme do diretor Damien Chazelle. Todo sucesso tem um preço, e as vezes ele acaba sendo caro. No entanto vale a pena ir atrás, e é essa mensagem que o filme tenta nos passar.


Andrew (Miles Teller) é um jovem baterista que acaba de entrar para o Conservatório Schaffer, considerada a melhor escola de música dos Estados Unidos. Desde pequeno, Andrew sempre carregou consigo a paixão pelo instrumento, e sonha em ser o melhor de sua geração, seguindo os passos de Buddy Rich, o seu maior ídolo.

Seu virtuosismo na bateria acaba chamando a atenção de Terence Fletcher (J.K. Simmons), um renomado mestre do jazz que comanda a orquestra do conservatório. Impiedoso, Fletcher chega a humilhar os alunos para fazer com que eles alcancem seus limites físicos em busca da perfeição.


Escolhido por Fletcher para ser o baterista principal da orquestra em uma apresentação, Andrew resolve dar tudo de si, nem que pra isso tenha que abrir de mãos de algumas coisas, como o relacionamento com Nicole (Melissa Benoist) ou a própria saúde física e mental. Seu sonho de ser bom no que faz se torna uma obsessão, e ele ultrapassa todos os limites do racional para alcançar o que almeja.

O personagem de Andrew é muito bem construído. Apesar de ser apoiado pela família, eles não levam a vida de músico a sério, e acham mais importante dar atenção aos outros filhos, esportistas de qualidade, do que ao filho baterista. Um pouco da gana por sucesso na carreira também vem disso, de provar a todos que sempre o ignoraram de que é capaz.

No entanto, o personagem mais emblemático desse filme é o mestre Terence Fletcher. J.K. Simmons é simplesmente brilhante no papel, e personifica com perfeição a personalidade dúbia de Fletcher, um homem durão mas que também chora quando fica sabendo da morte de um ex-aluno. No fundo ele não é uma pessoa ruim, mas apenas alguém que tem o sonho de descobrir um novo gênio da música, e que vive desiludido por nunca ter conseguido isso até então.


O ritmo frenético é extremamente empolgante, e é impossível não ficar de boca aberta com a qualidade dos números musicais, principalmente na sequência final. Confesso que não tenho coragem de pesquisar se Miles Teller sabe mesmo tocar bateria ou foi usado um dublê no filme todo. Prefiro deixar isso subentendido, parece mais real.

Inesquecível para quem gosta de música e imperdível para quem gosta de cinema. Se o filme não mexer com você, pelo menos servirá para você tirar da cabeça aquela ideia de que baterista só está no palco para "bater nos tambores". Magnífico, só restam palmas.


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