sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Crítica: A Boa Mentira (2014)


Em 1983 uma violenta Guerra Fria teve início no Sudão, onde centenas de vilarejos foram destroçados, milhares de pessoas foram mortas e outras milhares ficaram sem teto. Refugiados em campos no Quênia, muitas dessas pessoas ganharam a chance de ter uma vida nos Estados Unidos, e é justamente sobre isso que fala A Boa Mentira (The Good Lie), novo filme do excelente Philippe Falardeau (O Que Traz Boas Novas / Não Sou Eu, Eu Juro!).



Os irmãos Paul, Mamere e Jeremiah foram um desses beneficiados, que puderem fugir daquela vida miserável para ganhar uma chance na América. Acolhidos no novo país, eles logo conhecem a agente de empregos Carrie Davis (Reese Whiterspoon), que recebeu a missão de inseri-los no mercado de trabalho.

O filme começa mostrando a infância dos irmãos e a dificuldade que tiveram para sobreviver depois que viraram órfãos após sua aldeia ser dizimada pelos rebeldes. A realidade daquelas pessoas, que muitas vezes não tem a quem recorrer, é extremamente triste, e nos toca principalmente pelo sentimento de impotência de não podermos fazer nada a respeito.



O enredo acerta em cheio ao mostrar no início o lado podre do homem e o quanto ele pode ser cruel e desumano, para depois amenizar a história com pitadas de humor. Do meio para o final esse bom humor acaba dando outra cara ao filme, mesmo que ainda carregue em flashbacks sua carga dramática.

A fotografia do filme é um primor, e chama a atenção logo na primeira cena. A atuação de todos também são ótimas, inclusive de Reese Whiterspoon, uma das atrizes que eu particularmente mais gosto em Hollywood. Por fim, A Boa Mentira é um filme duro de assistir mas ao mesmo tempo é cativante, e se torna mais uma grata surpresa desse jovem diretor que vem ganhando cada vez mais meu respeito e minha admiração.


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