terça-feira, 14 de julho de 2015

Crítica: Divertida Mente (2015)


Se haviam boatos de que a Pixar estava passando por uma crise, Divertida Mente (Inside Out) veio para desmentir isso. Considerado por muitos o melhor filme do estúdio desde Toy Story 3 (lançado em 2010), o filme é do mesmo diretor do maravilhoso Up - Altas Aventuras, e assim como o antecessor, consegue nos fazer rir e chorar ao mesmo tempo de forma brilhante.


A trama conta a história de Riley, uma menina de onze anos que se vê obrigada a deixar sua cidade natal no meio-oeste para ir com os pais para São Francisco. A mudança não faz bem à menina, que não se adapta com a nova casa e muito menos com a nova escola, e passa a ter sentimentos que até então desconhecia. E é aí que entra a sacada genial do filme. 

A história, aparentemente comum, se passa dentro da cabeça de Riley, onde cinco sentimentos comandam as reações da menina e controlam suas memórias através de uma sala de comando: a alegria, a tristeza, a nojinho, a raiva e o medo. Para auxiliar na composição da personalidade da menina, existem ainda "ilhas" que se ligam à torre central, como a "família", a "amizade" e a "bobeira", que com a chegada da puberdade vão perdendo cada vez mais espaço.


Esse universo psicológico criado pelo filme é bastante complexo. Quando a alegria e a tristeza se perdem do restante dos sentimentos, elas andam por lugares que antes nem sabiam existir, como o terreno da imaginação, a fábrica de sonhos (que é mostrada como se fosse um estúdio de cinema) e até mesmo os perigos do subconsciente e dos pensamentos abstratos.

O mais importante de tudo é que o roteiro consegue mesclar muito bem o interior de Riley e os acontecimentos externos que ocorrem em sua vida, sem deixar nenhum dos dois de lado. No fim, a lição que fica é que todos os sentimentos são importantes para moldar nossa história de vida, até mesmo a tristeza, que muitas vezes serve para nos mostrar que a vida tem sim os seus momentos ruins, mas é preciso levantar a cabeça e seguir em frente.


Os personagens na cabeça de Riley são engraçadíssimos, com destaque para a tristeza, por mais controverso que isso possa parecer. No final ainda adentramos na mente de outros personagens, mostrando que cada um tem seu próprio universo emocional (fique atento que tem cenas pós-créditos). 

Por fim, Divertida Mente é tudo aquilo que os fãs da Pixar esperam de um filme: emocionante e divertido, e que consegue agradar a todas as idades. A dura chegada da adolescência e a perda da inocência de criança são fatores pelos quais todos nós já passamos, e isso ajuda a criar ainda mais empatia com a personagem principal. Não viu ainda? Então não perca tempo, pois vale muito a pena.

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