quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Crítica: A Dama Dourada (2015)


A Segunda Guerra Mundial já foi mostrada no cinema de inúmeras formas, sendo um dos temas mais abordados desde que o conflito teve fim na década de 1940. De uns anos para cá a visão "hollywoodiana" sobre o assunto tem tomado ares mais pessoais, deixando de lado o velho clichê dos campos de concentração para contar histórias de ilustres desconhecidos que também tiveram suas vidas alteradas drasticamente naquele período.



Uma dessas belas histórias é a de Maria Altmann (Helen Mirren), uma judia austríaca que viveu durante décadas nos Estados Unidos depois de conseguir fugir durante a invasão nazista em seu país. Já nos anos 1990, depois de remexer em alguns documentos de sua falecida irmã, Maria acabou descobrindo o paradeiro de uma importante obra de arte que foi furtada pelos alemães da casa de sua família no período da guerra. 

Decidida a recuperar o quadro, ela pede a ajuda do experiente advogado Randol Schoenberg (Ryan Reynolds), filho de uma grande amiga.  A obra em questão (o retrato de Adele Bloch-Bauer, tia de Maria, feito pelo consagrado pinto Gustav Klimt) está há anos em poder do governo austríaco e já se tornou atração principal em um dos maiores museus do país, sendo considerado por muitos a "Monalisa Austríaca".



Diante dessa importância cultural que a obra passou a ter para a história nacional, o governo austríaco se recusou veementemente a abrir mão da mesma, e fez de tudo para dificultar as chances de Maria recuperá-la. A alternativa dela foi entrar na justiça contra o governo e pedir o que deveria ser seu por direito, naquele que se tornou um dos processos judiciais mais repercutidos dos anos 1990 no país.

Maria não queria a obra pelo valor em dinheiro, mas sim, pelo alto valor sentimental que a mesma trazia para ela. Resumindo em poucas palavras, o que ela queria mesmo na justiça era recuperar o quadro para ter um consolo pela perda dos parentes, já que esse era um dos objetos que mais lembrava sua infância junto à família. Através de flashbacks, o filme fala bastante sobre o sofrimento que aquele período trouxe para muita gente, que perdeu tudo o que tinha, sobretudo as pessoas que amavam.



Helen Mirren está sensacional como sempre no papel principal. Ryan Reynolds também não decepciona, assim como a coadjuvante Tatiana Maslany, que faz Maria quando nova. O roteiro é muito bem construído e consegue contar o drama de Maria incluindo algumas pitadas de comédia, o que deixa o filme bastante leve. Por fim, A Dama Dourada já se consagra como um dos melhores filmes do ano, e sem dúvida vale muito a pena conferir.


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