quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Crítica: Meu Verão na Provença (2015)


O cinema francês tem a incrível capacidade de contar uma história clichê de forma divertida e gostosa de assistir. É assim em Meu Verão na Provença (Avis de Mistral), novo filme da diretora Rose Bosch (do aclamado Amor e Ódio), que apesar de ser extremamente previsível, consegue cativar ao mostrar uma bonita visão a respeito da vida e de suas relações humanas.



A trama é simples: três irmãos vão passar as férias na casa dos avós depois que sua mãe viaja para o Canadá a trabalho. Chegando no local, eles são recebidos pela avó calorosa (Anna Galiena), diferentemente do avô (Jean Reno), um senhor rabugento e mau humorado que eles nunca haviam conhecido e que logo demonstra que não os queria ali.

Na medida em que vão se conhecendo melhor, os laços familiares vão se estreitando, e todos passam a conviver pacificamente. Tudo fica ainda mais interessante quando os netos descobrem que seu avô foi um jovem libertário e aventureiro, cheio de histórias para contar. Enquanto isso os três também criam laços com a vizinhança, descobrindo coisas novas sobre o amor e a alegria de viver.


Algumas cenas são comoventes, como o reencontro dos avós com amigos do passado, que no meio de conversas e música boa, relembram os amigos em comum que já se foram. Uma bela homenagem à vida e à passagem inexorável do tempo. Outro ponto interessante é o "choque" de costumes entre a cidade grande e o campo, que fica evidenciado na figura dos netos, que no começo passam o dia inteiro no computador. Isso nos faz pensar em como, muitas vezes, ficamos trancafiados dentro de casa mesmo com dias lindos, fazendo amigos virtuais ao invés de conhecê-los pessoalmente.



Com atuações convincentes, fotografia belíssima e uma trilha sonora encantadora, Meu Verão na Provença não deixa de ser um repeteco de muitos filmes já existentes mas com um toque sutil de originalidade, que o diferencia dos demais. Por fim, trata-se de uma estória leve, daquelas para assistir com a família e refletir juntos sobre os caminhos que a vida segue.

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