terça-feira, 8 de setembro de 2015

As primeiras apostas para o Óscar 2016

Falta um pouco menos de seis meses para a 88ª edição do Óscar, mas desde já começam a surgir os primeiros rumores sobre os possíveis indicados e suas chances na premiação. Para a disputa principal por exemplo, já existem cinco franco-favoritos que largam na frente: Carol (Todd Haynes), The Revenant (Alejandro González Iñarritú), The Danish Girl (Tom Hooper), Suffragette (Sarah Gravon) e Ponte de Espiões (Steven Spielberg), todos muito elogiados nos festivais de cinema deste ano.

Na parte de direção, alguns nomes conhecidos tem chances de estar novamente na lista de indicados, como o campeão de indicações Steven Spielberg (Ponte de Espiões), os veteranos Quentin Tarantino (Os Oito Odiados), Todd Haynes (Carol) e Tom Hooper (The Danish Girl) e o atual vencedor Alejandro González Iñarritú (The Revenant). Porém, nomes pouco conhecidos como Sarah Gravon (Suffragette) e John Crowley (Brooklyn) podem surpreender, assim como o novo queridinho de Hollywood, David O. Russell (Joy).

Nas atuações, grandes nomes também prometem estar na disputa. Para a categoria de melhor ator, os favoritos são o atual vencedor Eddie Redmayne (The Danish Girl), o sempre indicado (mas nunca vencedor) Leonardo DiCaprio (The Revenant), os veteranos Michael Caine (A Juventude) e Tom Hanks (Ponte de Espiões) e o sempre excelente Michael Fassbender (Steve Jobs). No entanto, há que ficar de olho em Ian McKeller (Mr. Holmes), Jane Gyllenhaal (Nocaute) e até mesmo em Johnny Depp, que está irreconhecível em Aliança do Crime.

Na categoria de melhor atriz, existe uma boa chance de Julianne Moore repetir a vitória do ano passado graças a sua atuação em Freeheld, mas a grande favorita é mesmo Cate Blanchett (Carol), que tem tudo para levar seu terceiro Óscar para casa. Há ainda que se destacar os nomes de Carey Mulligan (Suffragette) e Jennifer Lawrence (Joy), a queridinha da Academia na atualidade.

O que o Brasil deve esperar dessa edição? Muito, diga-se de passagem. Há anos que o nosso país não tem um filme de peso para a disputa do Óscar de melhor filme estrangeiro, desde Cidade de Deus, lançado há 11 anos atrás, que na verdade nem chegou a ficar entre os cinco finalistas. No entanto, muitos críticos, inclusive da imprensa internacional, apostam em Que Horas Ela Volta? como um dos favoritos ao prêmio em 2016. Só nos resta esperar que a Academia Brasileira de Cinema confirme ele como nosso representante e torcer para que ele chegue o mais longe possível. Enfim, sem mais delongas, vamos às chances de cada um dos filmes relatados.


Carol

Exibido em primeira mão no Festival de Cannes deste ano, o novo trabalho do diretor Todd Haynes (Longe do Paraíso / Não Estou Lá / Velvet Goldmine) já é considerado por muitos críticos como o melhor de sua carreira até então, e vem sendo fortemente cotado para disputar os principais prêmios. Com atuações impactantes de Cate Blanchett e Rooney Mara, a trama acompanha a relação amorosa que surgiu entre duas mulheres na Nova York dos anos 1950, época em que o preconceito e a ignorância acerca dos homossexuais eram ainda maiores do que nos dias de hoje.


The Revenant

Depois de faturar três Óscars com Birdman, o diretor mexicano Alejandro González Iñarritú tem grandes chances de retornar à premiação como um dos favoritos com seu novo trabalho, o faroeste The Revenant. O filme deve concorrer em todas as principais categorias, incluindo melhor filme, melhor direção e melhor roteiro, mas uma das principais apostas é para o prêmio de melhor ator para Leonardo DiCaprio, que mais uma vez irá tentar levar a estatueta para casa. Será que dessa vez ele finalmente consegue?


The Danish Girl

Eddie Redmayne foi escolhido o melhor ator no ano passado ao interpretar brilhantemente nas telas o astrofísico Stephen Hawkings. Pois a chance dele ganhar o prêmio pela segunda vez consecutiva (o que só aconteceu duas vezes, com Spencer Tracy e Tom Hanks) é grande. O filme conta a história da primeira pessoa a se submeter a uma cirurgia de mudança de sexo, e a transformação física de Redmayne já vem chamando a atenção desde o princípio das gravações.



Suffragette

Na cerimônia do último Óscar, Patrícia Arquette causou furor ao discursar a favor dos direitos iguais para as mulheres na indústria cinematográfica quando recebeu a estatueta de melhor atriz coadjuvante. Desde então, o tema está em alta em Hollywood, e esse clima pode favorecer Suffragette, filme que retrata o início do movimento feminista. Como se não bastasse, o filme tem ainda no elenco Mery Streep, recordista de indicações.


Ponte de Espiões

Se tem um nome que sempre marca presença nas premiações do Óscar é o do diretor Steven Spielberg. Com três estatuetas na estante, o diretor retoma em Ponte de Espiões (Bridge of Spies) sua parceria com o ator Tom Hanks (com quem trabalhou em O Resgate do Soldado Ryan), em uma história situada em plena Guerra Fria. As chances são grandes, principalmente para Spielberg, que pode levar para casa mais um prêmio como melhor diretor.


Steve Jobs

O diretor britânico Danny Boyle é outro que costuma marcar presença no Óscar, e não deve ser diferente com seu novo trabalho, a cinebiografia definitiva de Steve Jobs. O filme pretende mostrar três momentos importantes na vida do criador da Apple, e pode render indicações para melhor roteiro adaptado e até mesmo para melhor ator, para o sempre excelente Michael Fassbender.


Os Oito Odiados

Três anos após o consagrado Django Livre, Quentin Tarantino está de volta às telas com um novo filme de faroeste: Os Oito Odiados (The Hateful Eight). Por mais que ainda não tenha sido exibido, ele já é apontado como um forte concorrente, principalmente na categoria de melhor roteiro, em que Tarantino já se consagrou vencedor duas vezes.

A Juventude

Depois de ter se consagrado com A Grande Beleza, eleito melhor filme estrangeiro no Óscar de 2014, o italiano Paolo Sorrentino traz uma trama idêntica àquela, mas dessa vez em língua inglesa. Estrelado por Michael Caine, Harvey Keitel, Jane Fonda e Rachel Weisz, A Juventude (Youth) promete abordar o tema do envelhecimento com muita leveza e bom humor, e tem grandes chances principalmente nas categorias de atuações.


Joy

O diretor David O. Russell é o atual queridinho da Academia, basta conferir a quantidade de indicações recebidas por ele nos últimos anos (O Vencedor, O Lado Bom da Vida e Trapaça). Diante desse retrospecto, é bom ficar de olho em Joy, principalmente por contar com outra queridinha de Hollywood, Jennifer Lawrence, além do veterano Robert De Niro.


Freeheld

Vencedora do Óscar de melhor atriz em 2015, Julianne Moore tem boas chances de repetir a dose com Freeheld. A atriz é uma das protagonistas deste romance lésbico, e ainda por cima, interpreta uma doente terminal. Sua companheira de cena, Ellen Page, também tem chances na categoria de atriz coadjuvante.


Macbeth

Essa nova adaptação da peça teatral de William Shakespeare foi exibida em Cannes e chamou bastante a atenção do público e da crítica especializada. Os elogios ficaram principalmente com as atuações de Marion Cotillard e Michael Fassbender, mas também sobraram para algumas categorias técnicas, como direção de arte e fotografia.


Sicario - Terra de Ninguém

Também exibido em Cannes este ano, o novo filme de Denis Villeneuve (Incêndios / Os Suspeitos) não tem sido cotado como um dos favoritos aos principais prêmios mas pode render uma indicação para melhor ator coadjuvante para Benício Del Toro e melhor atriz para Emily Blunt, além de algumas categorias técnicas.


Spotlight

Do diretor Thomas McCarty, Spotlight estreou com grande alvoroço no Festival de Veneza e promete vir com força para o Óscar. A trama mostra a história dos jornalistas do "Boston Globe" que levaram à tona mais de 70 casos de pedofilia envolvendo padres, que foram encobertos pela igreja católica. O filme ainda conta com um elenco de peso, com nomes como Michael Keaton, Mark Ruffalo e Raquel McAdams.


Nocaute

A Academia adora histórias de superação que envolvem o esporte, e por isso mesmo, as chances de Nocaute (Southpaw) se fazer presente nesta edição são grandes. A principal aposta do filme é na categoria de melhor ator, onde Jake Gyllenhaal tem boas chances de estar entre os finalistas.


Aliança do Crime

A caracterização de Johnny Depp na pele do criminoso Whitey Bulger vem impressionando desde os primeiros trailers, e pode render a quarta indicação do astro ao Óscar. Além disso, Aliança do Crime (Black Mass) tem grandes chances de ser indicado na categoria de melhor maquiagem, justamente pelo excelente trabalho de transformação do ator.


Brooklyn

O longa irlandês tem tudo para ser o filme de pequeno porte que chamará a atenção nesta próxima edição do Óscar. A produção, que conta a história de uma jovem que precisa se decidir entre dois países (Irlanda ou Estados Unidos) enquanto luta para encontrar o amor, vem sendo bastante elogiada pelos críticos e corre por fora na disputa de melhor filme.


45 anos

Exibido em primeira mãe no Festival de Berlim deste ano, 45 Anos (45 Years) poderá ser o filme britânico desta edição. Charlotte Rampling e Tom Courtnenay ganharam os prêmios de melhor atriz e melhor ator no festival, e podem surpreender com indicações nas respectivas categorias.

Mr. Holmes

Exibido no último Festival de Berlim, Mr. Holmes traz uma nova versão para as telas do icônico detetive Sherlock Holmes, interpretado por ninguém menos do que Ian McKellen, que tem boas chances de receber sua terceira indicação ao prêmio de melhor ator.


No Coração do Mar

O experiente diretor Ron Howard (Uma Mente Brilhante / Rush - No Limite da Emoção) está de volta às telas com essa mega-produção, estrelada por Chris Hemsworth. O filme conta a história real de uma embarcação que foi atacada por uma baleia durante uma viagem, a mesma que serviu de inspiração para Herman Melville escrever Moby Dick. O filme tem chances de concorrer principalmente em categorias técnicas.


Mad Max: Estrada da Fúria

Talvez o mais "pop" dos filmes desta lista, o quarto filme da franquia Mad Max é sem dúvida alguma um dos melhores filmes de ação dos últimos anos, e pode até surpreender com alguma indicação de peso como melhor filme ou direção. Mas as chances ficam mesmo nas categorias técnicas, como fotografia, trilha sonora e direção de arte.


Star Wars VII: O Despertar da Força

A volta de Star Wars ao cinema vem sido esperada com muita ansiedade, e o filme tem grandes chances de concorrer aos prêmios técnicos, como direção de arte, fotografia e trilha sonora. Porém, os fãs mais saudosistas ambicionam algo maior. Resta esperar para ver o que J. J. Abrams reserva nesse novo capítulo da saga, e conferir se ele vai suprir todas as expectativas.

Divertida Mente

A Pixar sempre costuma ter sua vaga garantida na categoria de melhor animação, e Divertida Mente promete não ser uma exceção. Mas o estúdio ambiciona ainda mais, e torce por uma indicação a melhor roteiro e trilha sonora, ou quem sabe até mesmo como melhor filme (o que já aconteceu antes com Toy Story 3 e Up - Altas Aventuras).

Que Horas Ela Volta?

2016 tem tudo para ser o ano em que o Brasil voltará a ter um representante de respeito na categoria de melhor filme estrangeiro do Óscar. Que Horas Ela Volta?, estrelado por Regina Casé, tem sido elogiado em todos os festivais por onde é exibido e já consta como um dos principais favoritos ao prêmio. Só nos resta ficar na torcida.


Son of a Saul

Vencedor do Grande Prêmio do Júri no último Festival de Cannes, o húngaro Son of a Saul é um sério candidato na categoria de melhor filme estrangeiro, e pode ser a pedra no caminho do Brasil. Não apenas por suas qualidades, mas pelo tema abordado: a vida de um judeu que luta para sobreviver em um campo de concentração nazista.

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