segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Crítica: Mais Perto da Lua (2014)


Exibido na 38ª mostra de cinema de São Paulo, mas ainda sem data de estreia comercial por aqui, Mais Perto da Lua (Closer to the Moon) do romeno Nae Caranfil mostra com extrema competência um caso real e bizarro que ocorreu na Romênia no final dos anos 1950, e já é para mim um dos melhores filmes do ano.



Estamos em Bucareste, capital da Romênia, e o ano é 1959. Um grupo de cinco judeus, que faziam parte da resistência comunista do país na época da Segunda Guerra Mundial, se reúnem após anos para realizar um ousado roubo a banco. A estratégia é genial: render os funcionários enquanto fingem para a população que tudo não passa da gravação de um filme de ação, em alta na época com a chegada do cinema americano na Europa.

Um ano depois do assalto, todos são presos pelo governo e condenados à morte. No entanto, antes de serem fuzilados, os cinco são forçados a reencenar o ato em frente às câmeras, em um falso filme de propaganda governamental. Quem fica responsável pelas filmagens é Virgil (Harry Lloyd), que na época do crime trabalhava como garçom em um restaurante local e partiu para a carreira do cinema justamente por se encantar com a falsa gravação de um ano antes, que ele imaginava ser real.



Sem mais nada a perder, os cinco resolvem encarar tudo com muito bom humor, e situações cômicas começam a acontecer. Enquanto o enredo nos mostra a gravação da reconstituição, aborda também, através de flashbacks, a vida dos membros do grupo antes dos acontecimentos. A personagem mais interessante é Alice (Vera Farmiga), uma mulher misteriosa que sempre foi a voz ativa do grupo apesar de Max (Mark Strong) ser o líder.

O mais legal do filme são as referências da época. O sonho de ver o homem chegar ao espaço é algo que passa pela cabeça de todos, e isso no final explica o porque do nome do filme. Os filmes famosos da época e os astros de hollywood que os europeus tratavam com admiração também são muito bem abordados na história. Tudo isso unido com a esperança de um mundo melhor, poucos anos depois da pior guerra da história.



Por fim, Mais Perto da Lua é uma comédia de humor negro com uma crítica sagaz sobre a situação européia pós-guerra. Com um roteiro super original, excelentes atuações e uma fotografia que encanta os olhos, é sem dúvida um grande achado do cinema neste ano.


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