quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Crítica: Beasts of no Nation (2015)


Alguns filmes são essenciais para abrir os olhos do mundo sobre temas que a grande maioria prefere fazer vista grossa. Beasts of no Nation, primeiro filme original da Netflix dirigido pelo jovem Cary Fukunaga (de True Detective), é um retrato pesado e corajoso sobre a realidade das guerras civis em países da África.



Agu (Abraham Attah) é um menino cheio de sonhos que vive tranquilamente com sua família em um pequeno vilarejo de um país não especificado da África. Essa falta de identificação do lugar serve justamente para nos mostrar que a realidade descrita poderia estar ocorrendo em qualquer canto do continente.

Depois de estourar uma violenta guerra civil no país, Agu acaba vendo sua família inteira ser morta pelo exército depois de serem confundidos com rebeldes, sendo entre eles o único que consegue sobreviver. Ele logo é capturado por um grupo de rebeldes, que ao invés de matá-lo, resolvem treiná-lo para que ele lute na guerra ao seu lado.


A partir de então o filme adentra no grupo, liderado por um homem inescrupuloso (Idris Alba) que é chamado apenas de "Comandante" pelos demais membros. Mostrando seus rituais, seus costumes e sobretudo suas atrocidades, o enredo nos coloca dentro da cabeça dessas crianças que são recrutadas à força e perdem sua inocência da forma mais cruel possível.

A maior crítica do filme é justamente quando ao ato desumano de transformar crianças, que até então estudavam e brincavam, em verdadeiras máquinas de matar. O enredo começa com leveza para depois ir nos inserindo nessa dura realidade, que não é nada fácil de ser digerida.



Com atuações impressionantes e uma direção competente de uma jovem promessa, Beasts of no Nation foi lançado diretamente na televisão e sofreu um terrível boicote das grandes redes de cinema. Mesmo assim, conseguiu coeficiente de salas suficiente para estar no próximo Óscar, já sendo considerado um dos principais favoritos.

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