sábado, 26 de dezembro de 2015

Crítica: The Lobster (2015)


Se existe hoje um nome no cinema europeu que é sinônimo de originalidade, esse nome é o do grego Yorgos Lanthimos, responsável pelo sucesso de Dente Canino (2009) e a cabeça por trás de The Lobster, um dos filmes mais diferentes e curiosos dos últimos anos.


A trama se passa num futuro próximo onde é proibido estar solteiro. Homens e mulheres que ficarem sozinhos logo são capturados e enviados a um hotel onde ficarão presos por 45 dias, tempo que eles tem para arrumar uma "cara-metade" e evitar serem transformados em animais. É nesse ambiente estapafúrdio que conhecemos David (Colin Farrell), um homem que foi deixado pela mulher e que por consequência acabou se tornando "hóspede" do local.

Assim como a estória em si, o hotel também possui suas excentricidades. Cheio de regras e situações fora dos padrões, ele tem toda a sua atividade voltada a formar novos casais. Mas para isso os dois lado precisam ser compatíveis em vários níveis além de possuir gostos em comum, o que deve ser comprovado antes de qualquer coisa.


A primeira metade do filme se passa inteiramente no hotel, e é a mais criativa. Algumas cenas chocam como a "caçada humana", onde os hóspedes saem munidos de rifles com tranquilizadores para capturar "solitários" pela cidade em troca de dias extras de vida. Tem também os esquetes teatrais que são encenados pelos funcionários, que tentam mostrar através de situações do dia-dia como é impossível de se viver sozinho. Na segunda metade, porém, o filme parece se perder em meio a metáforas quando sai do hotel e vai para o mundo exterior.

O grande trunfo de The Lobster é a maneira diferente com que ele nos faz enxergar os relacionamentos. Na sociedade em que vivemos, se você não encontra alguém você é sempre julgado como diferente, e muitas vezes, por medo desse julgamento, as pessoas acabam se entregando a relacionamentos superficiais de mera aparência. Além disso, tem também aqueles que necessitam ter alguém para se sentirem completos (é aí que o pôster do filme se mostra genial). "Se não estiver dando certo a gente coloca uma criança", diz ainda a dona do hotel, em mais uma crítica ao método que muitos casais utilizam para se manter juntos apesar das adversidades.


Por fim, sobre a parte técnica não há o que criticar. A direção de arte e a fotografia são impressionantes, assim como a atuação firme de Colin Farrell, cada vez mostrando mais amadurecimento na carreira. Com um humor negro afiado e situações inusitadas, o novo filme de Lanthimos já entra para a lista dos mais originais dos últimos anos e só por isso já vale uma conferida.

Um comentário:

  1. Filme parado, ridículo e de ofensa ao intelecto de quem o vê... o rei vai nu??????(DEUS OBRIGADO PELA MINHA IGNORÂNCIA)

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