sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Crítica: A Travessia (2015)


Em 1974, as duas torres do World Trade Center estavam na fase final de sua construção e o mundo estava ansioso para vê-las finalmente prontas. Na mesma época, o equilibrista francês Philippe Petit resolveu pôr em prática um plano audacioso: atravessar sobre um cabo de aço o vão existente entre uma torre e outra. E é essa curiosa aventura que acompanhamos em A Travessia (The Walk), novo filme do veterano Robert Zemeckis.



Philippe (interpretado brilhantemente por Joseph Gordon-Levitt) se apaixonou pelo equilibrismo quando ainda tinha oito anos de idade, depois que um circo se instalou na sua cidade. O garoto olhava as apresentações com paixão, e quando cresceu se tornou amigo do dono (Ben Kignsley), que lhe deu várias dicas de segurança e de como montar o equipamento da forma correta.

Já adulto, Philippe partiu para Paris para tentar ganhar a vida fazendo apresentações de malabarismo e equilibrismo nas ruas. Foi lá que surgiu sua ideia de ir para Nova Iorque depois que ele leu no jornal a respeito da construção megalomaníaca. Apoiado primeiramente por Annie (Charlotte Le Bon) e Jean Louis (Clément Sibony), dois jovens de espírito livre, ele começou a arquitetar a ação e a escolher outros voluntários para ajudá-lo.



Tudo foi planejado nos mínimos detalhes, até porque naquela altura qualquer erro seria terrivelmente fatal. O plano acabou se mostrando mais complexo do que parecia e deu muito mais trabalho a Philippe do que ele próprio imaginava, principalmente com a polícia, já que a travessia era ilegal. No final ele estava desgastado fisica e emocionalmente, mas isso não impediu que ele realizasse a proeza que colocou virou notícia no mundo todo.

As cenas da travessia são realmente impressionantes. Tão reais que causam vertigem e até mesmo um certo incômodo em quem, como eu, sofre de acrofobia. Não assisti no cinema, mas acredito que a sensação deve ter sido única. A recriação das Torres Gêmeas ficou impecável, e traz um certo tom de nostalgia ao mostrá-las brilhando soberanas no céu de Manhattan. Além do visual e da trilha sonora, outro ponto positivo é a atuação de Levitt, que personificou a figura do equilibrista com maestria.



Por fim, A Travessia é mais um trabalho primoroso de Zemeckis, que já nos presentou com Forrest Gump, Náufrago e a trilogia De Volta Para o Futuro, mas que ainda assim é pouco reconhecido e admirado pelo público em geral. Outro homem pode pisar na lua, outro pode chegar ao pico do Evereste, mas nenhum poderá repetir o que Philippe fez, e por isso mesmo seu nome já entrou para a história.

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