terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Crítica: Brooklyn (2016)


A imigração irlandesa foi uma das mais numerosas na história dos Estados Unidos, sobretudo entre a metade do século 18 e o começo do século 19. Estima-se que em 1910 existiam mais irlandeses em Nova York do que em Dublin, e grande parte deles viviam em condições precárias e em bairros periféricos, como o Brooklyn.



A trama de Brooklyn, novo filme do diretor John Crowley, conta a história de Eilis Lacey (Saoirse Ronan), uma jovem  irlandesa que mora com a irmã e a mãe numa pequena cidade do país. Decidida a mudar de vida, ela parte rumo à América, onde já tem um emprego garantido. Hospedada numa casa do bairro novaiorquino junto com outras várias mulheres na mesma situação, Eilis passa a dividir seu tempo entre o emprego e os estudos na universidade de NY, onde passou a fazer contabilidade.

Num baile organizado pelos imigrantes irlandeses, ela conhece Anthony (Emory Cohen), um jovem rapaz de origem italiana que também vive no bairro e trabalha como encanador. Logo, não demora para surgir entre eles um amor incondicional, e o romance era tudo que Eilis precisava para esquecer que estava longe de casa e renovar seu estado de espírito.



Um acontecimento, porém, acaba fazendo com que Eilis tenha que retornar à Irlanda para passar uns dias junto com a família. Na terra natal ela encontra tudo diferente, e inúmeras chances que ela não tinha quando partiu, como um emprego bom e até mesmo um pretendente. Isso bastou para ela ficar dividida e com dúvidas sobre o que fazer do seu futuro.

O filme explora com competência a dificuldade que existia na época, principalmente para as mulheres, de tentar ganhar a vida em outro país. Além disso, a direção ainda monta um panorama da imigração irlandesa nos Estados Unidos, mostrando como viviam e como se mantinham aqui do outro lado do oceano. Apesar de não trazer nada de novo e apelar um pouco na dramaticidade em alguns momentos, o filme é bem feito e consegue segurar a atenção até o fim.



Com boas atuações, principalmente da protagonista, e uma ambientação da época elogiável, Broklyn desponta como um dos filmes mais queridos dessa temporada de premiações, e se duvidar, pode até conseguir alguma coisa no Óscar.


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