segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Crítica: Carol (2016)


Em um mundo cada vez mais tomado pelo ódio e pela ignorância, Carol (Carol), novo filme do experiente Todd Haynes (Longe do Paraíso / Velvet Goldmine), é um respiro de alívio por trazer uma história de amor entre duas mulheres com a naturalidade que o assunto merece. 


A trama é ambientada nos anos 1950 e conta a história de Carol Aird (Cate Blanchett), uma mulher elegante que vive em um casamento de aparência com Harge Aird (Kyle Chandler), com quem tem uma filha pequena. Eles não estão mais juntos mas poucos sabem a verdade, e enquanto isso Carol tenta buscar o amor e a felicidade nos braços de outras mulheres.

Uns dias antes do natal, Carol vai a uma loja de brinquedos comprar uma boneca para a filha e lá conhece Therese Belivet (Rooney Mara), uma das vendedoras do lugar e apaixonada por fotografia, que logo chama sua atenção. Não demora para que surja entre elas um sentimento puro e verdadeiro, que dá início a uma bela história de amor.


Tudo parecia ir bem até o ex-marido de Carol reaparecer pedindo a guarda definitiva da filha, acusando Carol pelo crime de imoralidade por ela sair com outras mulheres, um absurdo da justiça norte-americana que infelizmente era uma realidade na época, e se dependesse de muitos por aí, ainda existiria. No fim, porém, o amor se mostra mais forte que tudo, inclusive do que o preconceito.

As atuações de Rooney Mara e Cate Blanchett são o que realmente chamam a atenção no filme. Elogiadíssimas em vários festivais ao redor do mundo, ambas tem boas chances de concorrer ao Óscar, e não é para menos. A presença delas em cena é elogiável. Apesar do nome do filme, Therese tem tanta importância na história quanto Carol, e talvez seja até mais bem explorada. A ambientação da época também ficou bastante realista, e a trilha sonora de Cartel Burwell deu um toque especial.



Por fim, Carol é uma quebra de barreiras enorme para o cinema. Não que o assunto já não tenha sido tratado com competência, e exemplos disso temos de monte, mas poucas vezes teve tanta atenção e esteve tão perto de atingir a todos os públicos. Uma importante obra que serve para abrir os olhos de preconceituosos de plantão e mostrar que o amor é lindo em todas as suas formas.


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