sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Crítica: Steve Jobs (2016)


A figura pública de Steve Jobs todos já conhecem, mas sua personalidade ainda continua sendo uma incógnita mesmo passados quase 5 anos de sua morte. Ao mesmo tempo em que foi considerado um gênio que revolucionou o mundo da informática, também foi tido por todos que trabalharam com ele como uma pessoa impossível de lidar.



Steve Jobs, do britânico Danny Boyle (Trainspotting / Quem Quer Ser Um Milionário?), se baseia na biografia homônima escrita por Walter Isaacson para mostrar um pouco mais dessa personalidade controversa, abordando três períodos importantes de sua carreira: o lançamento do Macintosh, em 1984, o lançamento do computador da Next em 1989, quando estava fora da Apple, e seu retorno triunfal à empresa em 1999 com o lançamento do IMac.

O filme foca nos bastidores de cada uma dessas apresentações mostrando um Jobs sempre preocupado com cada detalhe, enquanto tinha que lidar com questões familiares como a ex-mulher (Katherine Waterston) e a filha Lisa (Makenzie Moss), que ele sempre negou ser sua. Além das duas, o filme também mostra sua conturbada relação com os colegas e sócios, e sua eterna parceria com Steve Wozniak (Seth Rogen).



O tratamento impessoal que Jobs tinha com seus funcionários e a imagem de "deus" que tinha de si mesmo só ajudam a criar o clima de "anti-herói" ao protagonista. Aliás, Michael Fassbender está sensacional na pele de Jobs, um personagem que já passou pelas mãos de Christian Bale (que desistiu do projeto) e que quase foi de Leonardo DiCaprio (que preferiu fazer O Regresso). Além de Fassbender, quem brilha é a veterana Kate Winslet no papel de Joanna Hoffman, o braço direito de Jobs durante toda sua trajetória. Uma personagem forte e uma das únicas a bater de frente com o empresário sem medo de represálias.

Apesar de alguns pontos positivos, roteiro é bastante impreciso, e as mudanças temporais não ficaram legais. No geral, é uma biografia interessante de uma figura que até hoje alimenta discussões, mas fica a nítida impressão de que poderia ter sido bem mais. Não fosse a tumultuada pré-produção, talvez ele até pudesse almejar algo maior.


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